Lula buscará se aproximar de Gabriel Boric, presidente do Chile |  Foto: Ricardo Stuckert

Depois de dedicar o início do novo mandato para “reinserir o Brasil no cenário internacional”, nas suas próprias palavras, o presidente Lula (PT) definiu prioridades para a política externa em 2024. No gabinete de Celso Amorim, o assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, aprofundar a integração sul-americana será prioridade no ano que vem, com destaque para a relação com o presidente do Chile, Gabriel Boric.

A aproximação com o Chile se destaca após ruídos entre Lula e Boric, dois líderes de esquerda que já trocaram farpas. Em julho, o chileno criticou a resistência da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos em condenar a Rússia pela invasão da Ucrânia. Lula respondeu dizendo que Boric era um “jovem apressado”.

TUDO EM PAZ. De acordo com um auxiliar do presidente, as rusgas estão superadas e a relação bilateral se encontra em “outro momento”, com vontade política mútua de uma aproximação para valer. A ideia para 2024 é promover encontros e pautas conjuntas, que possam melhorar a integração entre as duas partes.

EM FOCO. A presidência do Brasil no G-20 ao longo de 2024 também deve ocupar um espaço privilegiado na agenda internacional do governo, cara a Lula.

EXPEDIENTE. Já A ministra da Saúde, Nísia Trindade, decidiu manter as férias entre os dias 2 e 11 de janeiro, embora o presidente Lula tenha convocado todos os seus auxiliares para uma cerimônia que será promovida no Senado, com o objetivo de marcar o primeiro “aniversário” dos ataques golpistas do 8 de janeiro. De acordo com a Saúde, Nísia estará em Brasília nessa data e participará do ato, mesmo em férias.

SERÁ? O presidente Lula pode ter duas baixas na equipe ministerial por causa das eleições municipais. Os ministros Márcio Macêdo (Secretaria-Geral, PT) e Luciana Santos (Ciência e Tecnologia, PCdoB) podem deixar os cargos em abril, prazo para a desincompatibilização, para disputar as prefeituras de Aracaju (SE) e Olinda (PE), respectivamente.

EU NÃO. A aliados, Macêdo garante que não será candidato e ficará no governo. A ideia de seu grupo político é lançar ao cargo a ex-vice-governadora Eliane Aquino (PT). Ainda assim, a situação é dada como indefinida no Grupo de Trabalho Eleitoral do PT. A tendência é que o próprio presidente Lula decida, em fevereiro de 2024, quem será candidato.

DEPENDE. No caso de Luciana ex-prefeita de Olinda, há dúvidas se a federação PT-PCdoB-PV deve lançar candidatura ou apoiar Marília Arraes (Solidariedade), que já foi do partido de Lula.

GOSTEI. O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, considerou o acordo de reajuste salarial da categoria como uma valorização dos profissionais, “que não houve nos quatro anos do último governo”. “Mostra o compromisso e o respeito do governo com a Polícia Federal, que retomou neste ano sua institucionalidade e seu regular funcionamento”, disse ele à Coluna.

PACIÊNCIA. Os servidores administrativos da PF ficaram de fora do acordo de reajuste salarial firmado com o governo, mas Andrei garantiu que haverá novas negociações voltadas ao grupo.

Pronto, falei!

"Em 2024, nós vamos nos preparar para o PSDB ter protagonismo político, e mostrar que ainda há vida inteligente longe da polarização entre Lula e Bolsonaro” - Paulo Serra, presidente do PSDB-SP