MEC recua sobre novo Ensino Médio e abre crise entre aliados
Coluna foi publicada nesta terça-feira (12)
Estado de São Paulo
Para evitar uma derrota em plenário, o ministro da Educação, Camilo Santana, vai enviar à Câmara a retirada da urgência constitucional do projeto de reformulação do Novo Ensino Médio.
A decisão foi tomada após o relator da pauta, Mendonça Filho (União-PE), excluir de seu parecer pontos considerados fundamentais pelo governo, como a carga horária mínima de 2,4 mil horas para a formação básica. Ex-MEC de Michel Temer, Mendonça fechou seu relatório com 2,1 mil. Sem a retirada da urgência, o relator levaria a melhor na votação antes prevista para esta terça-feira (12).
Nos bastidores, a base do governo culpa Santana por suposta falta de articulação. Afirmam que, se o ministro fosse mais hábil e aberto ao Congresso, Arthur Lira não teria designado Mendonça como relator.
OUTRO LADO. Interlocutores de Camilo Santana negam problemas na relação com o Congresso e dizem que a retirada da urgência ocorre a pedido de líderes da Câmara, que solicitaram mais tempo para analisar a proposta.
PLANOS. O presidente Lula afirmou a aliados que deseja se encontrar com Marta Suplicy (sem partido) no final deste mês. Pretende convidar a antiga aliada para retornar ao PT e ser candidata a vice-prefeita de São Paulo na chapa de Guilherme Boulos (Psol). A equação política é difícil porque Marta é secretária de Relações Internacionais do prefeito e pré-candidato à reeleição Ricardo Nunes (MDB).
ACENO. “O nome de Marta é interessante. Temos carinho por ela, que tem história de respeito na capital. Mas a questão da vice vamos tratar somente em 2024”, afirmou à Coluna o presidente do PT-SP, Kiko Celeguim. Marta preferiu não se manifestar.
DEFINIÇÃO. Apesar da resistência do Planalto, o PT indicou o senador Rogério Carvalho para integrar a CPI da Braskem. O colegiado pode ser instalado nesta terça (12).
“AURÉLIO”. O termo “cidadão de bem”, usado frequentemente pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, se popularizou num contexto de programas policiais, servindo desde sempre como um demarcador de condutas entre supostos bandidos e a população. A explicação é da pesquisadora Isabela Kalil, autora do novo livro Termos ambíguos do debate político atual: pequeno dicionário que você não sabia que existia.
ESCALAÇÃO. O presidente Lula enviará o assessor especial Celso Amorim para mediar a reunião entre o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, e o presidente da Guiana, Irfaan Ali. Na quinta-feira (14), os presidentes vão discutir a ameaça venezuelana de anexar Essequibo, território guianense.
DE OLHO. Segundo apurou a Coluna, os Estados Unidos procuraram seus interlocutores no governo brasileiro e pediram providências para evitar a escalada das tensões na América do Sul.
IMPACTO. O governo de Roraima, que faz fronteira com Guiana e Venezuela, teme que o agravamento da crise na região gere uma onda migratória de guianenses e venezuelanos para o Estado, que já é destino de refugiados. “As despesas com migração correm todas por conta do governo estadual e vêm sobrecarregando os cofres e os serviços públicos”, diz a gestão de Antônio Denarium (PP), em nota à Coluna.
Pronto, falei!
"Em evento com Lula (cerimônia no Palácio do Planalto), Alexandre de Moraes é ovacionado pela esquerda. Por que será? Um dia, essa bala sairá pela culatra” - Carlos Jordy (PL-RJ), líder da oposição na Câmara
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Coluna do Estadão,por Estado de São Paulo