Lula pede cautela para evitar que crise caia no colo de seu governo
Coluna foi publicada nesta terça-feira (31)
Estado de São Paulo
O presidente Lula não quer atrair a crise da segurança pública no Rio para o Palácio do Planalto e já pediu cautela aos auxiliares. Tanto é assim que até mesmo reuniões antes confirmadas por ministros, para tratar da crise, mudaram de local. Ainda na segunda-feira (30), por exemplo, um encontro previsto para ocorrer no Planalto, com a presença de Lula, foi transferido para o Ministério da Justiça, mas sem o Presidente e os comandantes das Forças Armadas. O governo negou que o compromisso estivesse agendado.
Embora o Planalto se disponha a ajudar na solução dos problemas no Rio, Lula ficou escaldado com a guerra de facções na Bahia, Estado administrado pelo PT, e age para evitar que mais um desgaste caia no seu colo.
MEDIDAS. O ministro da Justiça, Flávio Dino, conduziu o encontro de segunda-feira (30) com secretários da pasta e também do governo do Rio. O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, também estava presente. A força-tarefa investiga a lavagem de dinheiro pelo crime organizado no Rio e o Planalto destaca que tudo foi pedido pelo governador Cláudio Castro.
MUDANÇA. Com apoio do PT ao PL, deputados apresentam nesta terça-feira (31) uma Proposta de Emenda à Constituição que transforma as guardas municipais em polícias. Sargento Portugal (Podemos), um dos autores do texto, quer o uso desse contingente no policiamento ostensivo.
CALMA LÁ. O PT pede a relatoria da proposta com o objetivo de produzir um parecer focado na equiparação previdenciária entre guardas municipais e policiais e na segurança jurídica para a integração dos efetivos.
MALMEQUER. Cresce no Senado o clima de insatisfação com Lula. Até mesmo parlamentares governistas dizem que o veto à nomeação de Igor Roque para a Defensoria Pública da União foi um recado. Se não entendido, o sinal pode atrapalhar o governo na reforma tributária e até na eventual indicação de Flávio Dino ao STF.
CIÚME. Senadores direcionam as críticas ao Planalto. Reclamam que somente um seleto grupo tem acesso a Lula e avisam que o governo precisa voltar a contemplar a Casa, após concentrar esforços para atender às demandas da Câmara.
AGORA VAI. A Instituição Fiscal Independente (IFI) terá orçamento próprio pela primeira vez. A emenda será apresentada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e prevê R$ 3,2 milhões para a entidade em 2024, ano de eleições municipais
TAMBÉM QUERO. O projeto que obriga o governo a pagar emendas de comissões permanentes do Congresso, dando mais poder ao Legislativo, será votada hoje na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. A ofensiva sobre o orçamento foi antecipada pela Coluna.
PARA DENTRO. Na véspera da reunião do Copom, Lula disse que quer oferecer crédito para os mais pobres. A ideia foi apresentada por ele durante encontro do Conselhão. O Banco do Nordeste, presidido por Paulo Câmara, tem tecnologia para isso: o programa Crediamigo.
Pronto, falei!
"A reforma administrativa é muito necessária, sinaliza para uma economia de gastos lá na frente e o governo precisa ser protagonista dessa mudança” - Elmar Nascimento, líder do União Brasil na Câmara
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Coluna do Estadão,por Estado de São Paulo