Lira e Calheiros na disputa por controle de possível nova estatal
Coluna foi publicada no domingo (15)
Estado de São Paulo
O governo Lula estuda dividir a Companhia de Docas do Rio Grande do Norte (Codern), que administra portos potiguares e também de Alagoas, criando uma nova estatal. A ideia é que um braço fique responsável somente por administrar os portos públicos do Estado do deputado federal Arthur Lira (PP) e do senador Renan Calheiros (MDB). Rivais, ele devem disputar o comando da empresa.
Apoiadores de Lira apostam que o presidente da Câmara tem vantagem pois quem conduz as conversas é o ministro Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), que é deputado licenciado. O grupo ligado a Renan aposta que Lira vai perder força política pois entrará na reta final do comando da Casa. A ministra Esther Dweck (Gestão) também participa das conversas.
ADIANTADO. Fontes dos dois ministérios confirmaram as negociações e informaram que Arthur Lira é quem já se movimenta para indicar os nomes que comandarão a estatal. A Codern tem um plano de investimentos que ultrapassa a casa dos R$ 30 mi para este ano.
RAZÃO. Os defensores da divisão da Codern alegam que tecnicamente faz sentido seccionar. “Alagoas tem uma visão estratégica de negócios e contratos de longo prazo que sustentam essa separação”, defende um interlocutor do governo.
IN LOCO. Representantes da ONU fizeram a primeira visita técnica a Belém, cidade-sede da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP-30). A vistoria foi a pedido do governo brasileiro. O grupo apontou aspectos positivos, como mudanças na região de docas, e também vai sugerir melhorias em segurança pública e infraestrutura.
NO MURO. O PCdoB resiste a dizer se vai expulsar Sayid Tenório, militante que debochou de uma mulher sequestrada pelo Hamas. Questionada pela Coluna sobre qual medida adotaria, a legenda disse que “episódios como esse serão tratados de acordo com as normas estatutárias”, sem informar quais e nem se abriu processo interno.
Também afirmou que as declarações de Sayid “não refletem o pensamento do partido”. O militante era assessor do deputado Márcio Jerry (PCdoB-MA) e foi exonerado do cargo no gabinete.
NA MIRA. Senadores de oposição e independentes tentam ajustar o tom para audiência com o ministro do Itamaraty, Mauro Vieira, na Comissão de Relações Exteriores, dia 18.
O bolsonarista Ciro Nogueira eleva o tom: “Ele tem muito a explicar sobre a omissão brasileira em relação ao Hama”". Alessandro Vieira aposta na diplomacia: “Espero uma participação tranquila e qualificada, dentro do perfil do ministro”.
PODER. O líder do PSD na Câmara, Antonio Brito (BA), tem sido tratado entre os correligionários como “presidente”. Em recente evento da sigla, em Brasília, Gilberto Kassab anunciou que vai lançar o baiano para disputar a vaga de Arthur Lira, em 2025, e trabalhar para compor apoio a Davi Alcolumbre (União-AP) para a presidência do Senado.
DIFERENÇA. Hoje, três nomes despontam na Câmara. Todos do Centrão. Além de Brito, têm Elmar Nascimento (União) e Marcos Pereira (Republicanos). Eles são próximos a Lira, mas só o PSD é base declarada de Lula.
Pronto, falei!
"O papel das Forças Armadas é essencial para o governo trazer brasileiros da zona de guerra. Esse é o papel dos militares: cuidar e proteger o povo!” - Carlos Zarattini, deputado federal (PT-SP)
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Coluna do Estadão,por Estado de São Paulo