Governo vê no Republicanos “remember” da relação com MDB
Coluna foi publicada no domingo (17)
Estado de São Paulo
O entorno do presidente Lula mostra tranquilidade com a entrada - pero no mucho - do Republicanos no governo. Nos bastidores, petistas afirmam que o Planalto deve ter com o partido a mesma relação vivida com o MDB na primeira gestão de Lula: dá ministérios à legenda por governabilidade, mas não garante a fidelidade típica de uma base governista.
Em 2004, Lula fez uma reforma ministerial extensa. Para atender o então PMDB, que apoiara José Serra (PSDB) um ano antes, o petista nomeou Amir Lando (MDB) no Ministério da Previdência e Eunício Oliveira (MDB) nas Comunicações.
Ainda assim, a relação entre as duas siglas não ficou estável: o MDB ainda se mostrava dividido sobre embarcar de vez no governo. A relação só mudou no Lula 2.
RECORDAR... A aproximação ganhou corpo quando o PT ampliou o espaço do MDB para ter apoio em meio ao mensalão. Lula sondou os emedebistas para tê-los na chapa à reeleição, mas as conversas não evoluíram.
...É VIVER. O MDB ganhou seis ministérios no segundo governo Lula. O casamento “de papel passado” só veio em 2010, quando Michel Temer (MDB) foi o vice de Dilma Rousseff (PT) na eleição à Presidência. E o divórcio se deu no impeachment de Dilma.
REMEMBER. A relação entre PT e Republicanos segue o mesmo script. O deputado Silvio Costa Filho (PE) virou ministro de Portos e Aeroportos, mas a legenda diz que se mantém independente. A ideia do PT não é repetir com o Republicanos a trajetória do MDB. “Mas depois que Alckmin virou vice...”, brinca um petista, que prefere não descartar nenhum cenário.
CALMA. A troca no Ministério de Portos e Aeroportos causou medo de mudança. De estilo conciliador, Costa Filho tem passado nos bastidores a mensagem de que não haverá “cavalo de pau”. E mostrou-se disposto até a negociar a permanência de nomeados por Márcio França (PSB), que comandava a pasta.
ENTREVISTA. O novo ministro conversou com o presidente do Porto de Santos, Anderson Pomini. Não há decisão, mas os dois discutem a manutenção de Pomini. É um desejo do PSB para não ver a estatal nas mãos de aliados do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, correligionário do ministro e rival político de França.
REAÇÃO. Após a destruição no RS, a Câmara prepara uma PEC para obrigar o governo a pagar imediatamente as emendas enviadas a estados atingidos por desastres naturais. Batizado de PEC da Catástrofe, o texto é do deputado Bibo Nunes (PL-RS).
AQUI... Depois de conquistar o Ministério do Esporte, o PP se move para ganhar mais espaço e assumir uma vice-liderança do governo Lula na Câmara. O partido já tem até nomes cotados: Mário Negromonte Júnior (BA) e José Nelto (GO).
...E LÁ. Se o pleito for atendido, o PP consolidará uma “aliança Frankenstein” na Casa. O novo posto levaria a sigla a representar, ao mesmo tempo, o governo e a oposição. Atualmente, o deputado Evair Vieira de Melo (ES) é vice-líder da oposição e recebeu aval para seguir no posto.
Pronto, falei!
"Há discrepância sobre presentes mantidos pelos presidentes. A base governista joga para baixo do tapete o que aconteceu com Lula e acusa Bolsonaro” - Julia Zanatta, deputada federal (PL-SC).
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Coluna do Estadão,por Estado de São Paulo