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Cidades

Família de jovem atropelada há 1 ano espera por justiça

Familiares e amigos de Luisa Lopes se juntam a cicloativistas nesta sexta-feira, às 18h, na avenida Dante Michelini, em um ato para homenageá-la


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Imagem ilustrativa da imagem Família de jovem atropelada há 1 ano espera por justiça
A mãe de Luisa, Adriani Luiza, com o atual marido, Rogério, e Ivan Lopes, pai da jovem, com a esposa, Diana |  Foto: Fábio Nunes/AT

Um ano, completado exatamente amanhã, se passou desde que a modelo e universitária Luisa Lopes, 24 anos, teve os sonhos interrompidos após ser atropelada e morta ao tentar atravessar  a avenida Dante Michelini, na orla de Camburi, Vitória.

Clamando por justiça, familiares, amigos e cicloativistas organizam um ato para hoje, às 18 horas, em memória à estudante. 

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A universitária morreu em frente ao Clube dos Oficiais – onde hoje será realizado o ato – enquanto atravessava a faixa de pedestres com sua bicicleta. 

Os pais da jovem, a professora Adriani Luiza da Silva, 55 anos, e o policial penal Ivan Lopes, de 54 anos, ainda sofrem ao lembrar da morte precoce da filha e esperam por justiça. 

Adriani lamenta que a motorista Adriana Felisberto, que à época tinha 33 anos, está solta, respondendo em liberdade, enquanto ela nunca mais terá a presença da filha em sua vida. 

Em mensagem enviada pelo Coletivo Pedalamente, diz: “Estamos completando um ano que a imprudência e a violência no trânsito nos tiraram a nossa Luisa. 356 dias sem uma filha, amiga, estudante de Oceanografia, passista, modelo, ciclista e tão, mas tão importante, para tanta gente!!! Um ano sem respostas. Um ano sem justiça”. 

“Um ano que o trânsito tira vidas cotidianamente e nada, nada é feito para mudar essa realidade.  No dia 14/04 (hoje), a partir das 18h, nos concentraremos em frente ao Clube dos Oficiais, na Praia de Camburi, para celebrar a memória de Luisa e cobrar, novamente, justiça pela sua morte! Pedimos que, se possível, levem instrumentos, apitos, tinta e flores!”, complementa. 

Ivan, pai da jovem, conta que o grupo Afro Kizomba também irá participar e vai até dançar em memória da filha. “Pedimos que as pessoas levem flores, pois a minha filha sempre gostou muito de flores. Esperamos que o ato conte com, pelo menos, 300 pessoas”.

Na tarde de ontem, Ivan e a esposa, a policial Diana Cabanez Simão Suhett, 46 anos, além de  Adriani e o marido, o economista Rogério Bodart Machado, 59 anos, foram até o local onde será realizado o ato em memória de uma jovem que, como descrevem, era tão especial para todos e deixou muita saudade e dor.

“É uma dor que nunca passa”

Em uma entrevista que, em alguns momentos, foi marcada pelo silêncio e emoção, o policial penal Ivan Lopes, 54 anos, falou da filha única, a universitária e modelo Luisa Lopes.

Após o atropelamento, a motorista Adriana Felisberto foi levada à delegacia, onde foi autuada e conduzida para o presídio. Após pagar fiança de R$ 3 mil, segundo Ivan, ela deixou a prisão e responde pelo crime em liberdade. 

Adriana alegava que havia tomado seis garrafas de água, mas a polícia apurou que ela e uma amiga teriam ingerido quatro garrafas de 600 ml de cerveja, além da vodca.

A Tribuna - Como foi viver um ano sem a Luisa?

Ivan Lopes - Eu vi uma frase nesta semana que tem tudo a ver: “Quando você perde alguém em um desastre,  você passa a ter duas vidas”. É exatamente assim que me sinto. Sigo em frente, com a dor e as lembranças. Choro muitas vezes, mas mesmo com o coração despedaçado, tento ser social, seguir, mas confesso que às vezes falta força. Tanto eu como a mãe de Luísa (a professora Adriani Luiza da Silva) fazemos acompanhamento psicológico para tentar lidar com essa  realidade tão  triste.

Qual desfecho espera?

Na verdade, ninguém pensa em vingança, mas esperamos que a Justiça seja feita. Não que a prisão de quem causou tanta dor vai trazer a nossa filha de volta, mas pelo menos teremos uma resposta social até para que não aconteça o mesmo com outras Luisas, com outros jovens. Que outras famílias não sintam a nossa dor. 

Vimos tantas mortes no trânsito acontecerem no decorrer de um ano motivadas pela  combinação álcool e volante. 

A gente espera que isso não fique impune. Tem que ter um freio para inibir tantas mortes no trânsito por causa da bebida. Infelizmente, a Justiça é morosa, lenta, mas esperamos que ela (motorista) responda pelos seus atos. 

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Já sonhou com a sua filha depois que ela morreu?

Constantemente eu sonho com a minha filha. A Luisa era bastante presente na nossa vida. Tinha muito orgulho da minha filha. É uma dor que nunca passa. Nos sonhos, ela sempre aparece dizendo que está bem, está tranquila, e pede para que a gente fique bem.

Imagem ilustrativa da imagem Família de jovem atropelada há 1 ano espera por justiça
Luisa Lopes, modelo e universitária, tinha 24 anos quando foi atropelada |  Foto: Acervo pessoal

Isso é um acalento?

Acalento e saudade. Sabe, muitas vezes eu me pego conversando com ela, mesmo sem ela estar aqui. 

Qual a mensagem que deixa para os condutores? 

Antes assumir a direção, pense duas vezes, afinal, álcool e direção não combinam. 

Como será o ato de amanhã (hoje)?

Faremos um ato no local do atropelamento, com homenagens e protesto pacífico. É um ato em memória da nossa eterna Luisa.


o outro lado

“Muito abalada”

À reportagem, o advogado Jamilson Monteiro Santos, que atua na defesa de Adriana Felisberto, disse que ela está muito abalada, não voltou a trabalhar e não consegue sair na rua. 

“Ela sempre fala que não teve culpa e chora muito. Segue muito  abalada e continua em tratamento psicológico e psiquiátrico. Ela sempre externa o pedido de desculpa. Infelizmente, o que aconteceu foi uma fatalidade que acabou com duas famílias”.


Cronologia

Abril de 2022

Atropelamento e morte

Luisa da Silva Lopes, à época com 24 anos, foi atropelada ao tentar atravessar, na faixa de pedestres, a avenida Dante Michelini, na orla de Camburi, em Vitória, no dia 15 de abril.

ELA ESTAVA em sua bicicleta, quando a corretora de imóveis Adriana Felisberto, de 33 anos na ocasião, seguia pela mesma avenida, sentido Serra, dirigindo  um Ônix.

Outubro de 2022

Indiciamento

A acusada foi indiciada pelo crime de homicídio qualificado e a Polícia Civil representou, ainda, pela decretação da prisão preventiva. 

Dezembro de 2022

Denunciada

Adriana Felisberto foi denunciada pela Promotoria de Justiça Criminal de Vitória. No mesmo mês, a Justiça recebeu a denúncia e manteve o mesmo entendimento externalizado pelo Ministério Público Estadual, ou seja, não verificou, de maneira concreta, a necessidade da prisão da acusada. 

Em sua decisão, a juíza Lívia Regina Savergnini Bissoli Lage declarou: “A ré vem cumprindo, durante esse período (oito meses, à época), as medidas cautelares que lhes foram impostas em audiência de custódia e há nos autos a comprovação de que a acusada é primária, possui residência e emprego fixos e é genitora de criança em tenra idade que depende de seus cuidados e apoio financeiro, motivos pelos quais reputo suficiente a imposição de medidas cautelares diversas da prisão, ao menos por ora”.

Suspensão da CNH

A Justiça aplicou também à acusada a suspensão da habilitação e proibição do direito de dirigir veículo automotor até ser liberada por decisão do poder judiciário, sob pena de revogação do benefício e decretação da prisão preventiva.

Fonte: Familiares da vítima e pesquisa A Tribuna.

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