Anestesista preso por estupro em sala de parto tem registro cassado
Desde 12 de julho do ano passado, o órgão suspendera provisoriamente seu registro, mas agora a decisão é definitiva
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O médico anestesista, de 32 anos, preso desde 11 de julho do ano passado sob acusação de estuprar uma paciente sedada após um parto em um hospital da Baixada Fluminense teve seu registro profissional cassado em definitivo pelo Conselho Regional de Medicina do Rio (Cremerj) nessa terça-feira (28).
Assim, ele não pode mais exercer a medicina no Brasil. Desde 12 de julho de 2022, o órgão suspendera provisoriamente seu registro, mas agora a decisão é definitiva.
Segundo o Cremerj, a decisão foi tomada por unanimidade durante plenária de julgamento que ocorreu durante a tarde. O homem foi preso em flagrante na madrugada do dia 11 de julho, momentos após ser filmado por profissionais de saúde do hospital.
Logo após um parto, durante um procedimento de laqueadura previamente autorizada pela paciente que havia dado à luz, o médico, protegido por um pano que servia como cortina, colocou seu órgão sexual na boca da paciente.
A mulher estava sedada mais do que o seria necessário, e não tinha condições de saber o que estava ocorrendo. Após cerca de dez minutos, ele limpou a boca da mulher com um guardanapo de papel. Após ver a filmagem, colegas do médico acionaram a Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de São João de Meriti.
A delegada titular, Bárbara Lomba, foi ao hospital e prendeu o anestesista em flagrante. Ao receber voz de prisão, o médico disse que queria entender o que estava acontecendo e foi informado pela policial de que havia um vídeo provando a conduta dele.
Suspeitas
Profissionais que trabalhavam com o anestesista suspeitaram da conduta por causa da quantidade de sedativo que o médico aplicava nas pacientes em trabalho de parto.
A situação era perceptível porque as mães anestesiadas por ele não reagiam com a habitual alegria ao conhecer os filhos, já que ainda estavam sob o efeito dos medicamentos em excesso.
Em 10 de julho, um domingo, o médico chegou para trabalhar e participou de duas cesarianas em salas cirúrgicas onde a gravação era inviável. Na terceira, foi possível esconder um celular em um armário e realizar a gravação.
A prisão em flagrante foi convertida em preventiva. Atualmente, o acusado está detido no presídio Pedrolino Werling de Oliveira, conhecido como Bangu 8, no complexo penitenciário de Gericinó, em Bangu (zona oeste do Rio).
Ele é réu em processo por estupro de vulnerável e, se considerado culpado, pode ser condenado a até 15 anos de prisão. O processo tramita em segredo de Justiça, para não expor a vítima. O Estadão não conseguiu localizar a defesa do acusado.
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