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Cidades

Obesidade: injeção para diabetes vira febre e esgota em farmácias do ES

Ozempic tem sido usado para emagrecimento, porém não há indicação da Anvisa para isso


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Imagem ilustrativa da imagem Obesidade: injeção para diabetes vira febre e esgota em farmácias do ES
Aplicação é feita diretamente na barriga |  Foto: Freepik

O uso do medicamento Ozempic para diabetes tipo 2 virou febre para emagrecer e esgotou estoque nas farmácias. Especialistas contam que as propriedades emagrecedoras foram percebidas ao longo do tratamento dos diabéticos.

Estudos, então, levaram ao lançamento do Wegovy, já aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para emagrecimento, mas com previsão de ser comercializado apenas no segundo semestre. 

A empresa responsável pela fabricação do Ozempic, a Novo Nordisk, informou que tomou conhecimento da potencial falta da apresentação do medicamento de  1 mg de Ozempic  FlexTouch  no País durante o primeiro trimestre deste ano, em função da demanda muito maior do que a prevista. Cada caixa custa em média R$ 1.000.

“O reabastecimento de distribuidores, atacadistas e farmácias no País deve ser normalizado durante o segundo trimestre de 2023”, informou em comunicado.

A endocrinologista Mariana Guerra destaca que a falta do Ozempic é problemática. “Está prejudicando os pacientes diabéticos. Estamos há uma semana do fim do 1º trimestre e estão com dificuldade de achar a  medicação”.

A Anvisa confirmou, nesta sexta (24), que recebeu uma notificação em janeiro sobre a descontinuação (falta) do medicamento. “Em consulta aos nossos bancos de dados, verificamos que consta Notificação de Descontinuação de Fabricação/Importação para o medicamento Ozempic em 16/01/2023”.

Segundo a Anvisa, de acordo com a notificação, não se trata de descontinuação de importação/fabricação, mas sim de uma redução na quantidade importada/fabricada, devido ao aumento da demanda mundial do medicamento, que tem resultado na disponibilidade intermitente.

 Segundo a endocrinologista Gisele Lorenzoni, é preciso  uma  avaliação criteriosa do paciente para prescrever este tipo de medicação para outro fim. “O Ozempic trata diabetes 2 e reduz a produção de insulina no sangue, que é a proposta do medicamento”. 

“Em relação ao emagrecimento o que acontece é o esvaziamento gástrico fazendo com que a digestão fique mais lentificada e promova saciedade e redução de apetite”.

Rosto “caído” após uso do produto

Um dos efeitos colaterais causados pelo uso sem o acompanhamento adequado do Ozempic visando ao emagrecimento é a aparência de “rosto caído” ou “Ozempic face” ou “rosto de “Ozempic”.

Segundo a dermatologista Karina Mazzini, com o uso do medicamento, o paciente perde o apetite e vai deixando de ingerir nutrientes importantes também para formação de colágeno. 

“A frequência de paciente que está usando Ozempic de forma indiscriminada e sem acompanhamento médico aumentou demais. Então, frequentemente eu tenho essas faces de Ozempic aqui na clínica, e, mesmo assim, a gente consegue repor o colágeno e ajudar bastante o paciente”, conta.

A dermatologista Hannah Cade observa que também pode haver queda de cabelo nos pacientes que perdem peso rapidamente. “A pessoa vai comer menos e ter menos aporte nutricional. Não é efeito do remédio, mas da perda nutricional”, avalia.

Segundo Camila Pitanga Salim, endocrinologista do Hospital Meridional e membro titular da Sociedade Brasileira de Endocrinologia, é comum pacientes usarem de forma incorreta, especialmente o Ozempic devido ao uso indiscriminado e sem orientação, e o paciente pode apresentar efeitos colaterais.

Como ele não está acompanhado, não vai ter o suporte adequado para tratar ou minimizar os efeitos colaterais. 

“São efeitos do trato gastrointestinal: náuseas, vômitos, diarreia ou constipação, desde leves às mais graves. Alguns pacientes apontam também fraqueza, indisposição e dor de cabeça. O efeito colateral mais grave, apesar de raro, é a pancreatite (inflamação no pâncreas)”, afirma Camila Pitanga Salim.

ENTENDA

Desabastecimento

- A empresa responsável pela fabricação do Ozempic, a Novo Nordisk, informou que tomou conhecimento da potencial falta da apresentação 1 mg de Ozempic  FlexTouch  no País durante o 1º trimestre deste ano em função da demanda muito maior do que a prevista.

- A previsão de normalização é no segundo semestre.

- A Anvisa confirmou na sexta (24) que recebeu uma notificação em janeiro sobre a descontinuação (falta) do remédio. 

- Segundo a Anvisa, de acordo com a notificação, não se trata de descontinuação de importação/fabricação, mas sim de uma redução na quantidade importada/fabricada, devido ao aumento da demanda mundial do medicamento.

- A notificação de descontinuação refere-se à seguinte apresentação de Ozempic: 1,34 mg/ml SOL INJ CT X 1 CAR VD TRANS X 3 ml + 1 SIST APLIC PLAS (doses 1 mg) + 4 agulhas NOVOFINE (N° de Registro: 1.1766.0036.005-0).

- Não foi identificada notificação de descontinuação de fabricação/importação para a apresentação de número de registro 1176600360042: 1,34 mg/ml SOL INJ CT X 1 CAR VD TRANS X 1,5 ml + 1 SIST APLIC PLAS (doses 0,25MG E 0,5 MG) + 6 agulhas NOVOFINE.

Tratamentos

- Para tratar a face “caída”, precisa primeiro ter o suporte nutricional com um bom nutrólogo acompanhando o paciente.

- Ultrassom Microfocado: Faz o lifting facial, ajuda a estimular colágeno e reduz a flacidez facial. Custa em torno de R$ 2.500 a  R$ 4.500.

- Bioestimuladores de Colágeno: Há várias substâncias, como ácido hialurônico e o ácido poli-L-láctico, que estimulam o colágeno, ajudando na firmeza e elasticidade da pele.  Custa em torno de R$ 2 mil.

- Preenchimento: Ácido hialurônico custa R$ 1.500 a seringa, geralmente associado a técnicas de bioestimulação de colágeno como Sculptra e Radiesse. Custa de  R$ 2 mil a R$ 2.500 o frasco.

Fonte: Especialistas consultados, Anvisa e pesquisa AT.

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