Médico do ES quer rodar o mundo em veleiro com a família
Capixaba deixou consultório no sul da Bahia há cerca de um ano, vendeu sua casa e foi viver em alto-mar junto com a família
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Carregando a paixão pelas aventuras, um médico capixaba deixou o seu consultório no sul da Bahia, vendeu a sua casa e foi viver em alto-mar junto com a família.
Eles saíram de Itajaí, em Santa Catarina, onde aprenderam a velejar, e já passaram por Guarujá (SP), Angra dos Reis (RJ), Arraial do Cabo (RJ) e agora estão em Vitória. O desejo da família é viajar até o Caribe.
A tripulação do médico Josemar Salazar Simões, de 56 anos, é formada pela sua esposa, a fisioterapeuta Ana Cláudia Simões, de 49 anos; as suas duas filhas, Cecília, 14, e Sofia, 12, além da cachorrinha Genôa. Natural de Barra de São Francisco, ele trabalhou durante 22 anos no município de Eunápolis (BA), onde conheceu a sua esposa.
O médico conta que já fez outras aventuras, como viajar pela América do Sul de moto. Depois disso, ele e a mulher decidiram por essa viagem. “Nós queríamos algo mais dinâmico, no qual a família pudesse se envolver junto. Descobrimos no veleiro uma forma de levar a nossa casa junto com a gente”.
O barco foi fabricado no interior de São Paulo, tem 13,8 metros e cabines, sendo uma suíte, um quarto com um banheiro privativo, dois quartos com cama de casal e um banheiro social. “Temos uma sala com mesa para 10 pessoas, uma cozinha com duas geladeiras, um fogão de duas bocas e forno e uma pia com água doce e salgada”, revela.
Para aprender a velejar, eles se mudaram para Itajaí (SC), de onde partiram para a aventura em fevereiro de 2022. “Esse ano, queremos ir a Recife, Cabedelo e depois para o Caribe. Tem sido um aprendizado, lidamos com a limitação de água, energia e alimentação e aprendemos sobre a poluição dos mares”.
Ana Cláudia relata que, para viajar, a família teve de vender a casa, dois carros, moto, além de pertences pessoais. “Só não nos desapegamos das pessoas, pelo contrário. Estamos ampliando o nosso grupo de amizades”. O projeto é ficar pelo menos cinco anos no mar.
Rotina de estudos com ajuda dos pais e de vídeos
Para a experiência da viagem ser completa, as filhas de Josemar e Ana Cláudia estão estudando em alto-mar no formato homeschooling. A fisioterapeuta conta que em 2021 elas estudavam em uma escola em Itajaí, mas no início de 2022 passaram a acompanhar os conteúdos a bordo.
“Nós dois ensinamos a elas. Compramos um material e desenvolvemos todo o cronograma a bordo. Temos essa liberdade de adequar o ensino, adaptando ao nosso tempo. A gente sempre utiliza alguns vídeos, sempre tem professores explicando um determinado conteúdo para ajudar na dinâmica do ensino”.
Segundo a mãe, uma das principais vantagens dessa vida em alto-mar é que as duas filhas passaram a ler mais.
“O que mais temos no barco é livro, até mais do que roupa. Nem sempre tem internet, entram pouco em celular ou tablet, então aproveitam para ler bastante. A Cecília, que é a mais velha, leu mais de 60 livros no ano passado e a Sofia também está desenvolvendo a leitura cada vez mais”.
Segundo Josemar, no quarto de cada filha tem uma mesinha e elas também estudam na sala, onde usam a televisão como um telão para as aulas.
“As notas estão boas. Está tudo tranquilo com os estudos e elas estão gostando. Por um ano, elas enfrentaram aulas remotas durante a pandemia e, de certa forma, isso até ajudou a se adaptarem ao modo de estudar”, relata o pai.
| Cenas no veleiro
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