Terremoto na Turquia e na Síria pode afetar 23 milhões, diz OMS
Número de mortos já chega a 5 mil
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O terremoto de magnitude 7,8 que ocasionou mais de 5.000 mortes no sudeste da Turquia e norte da Síria pode afetar 23 milhões de pessoas na região, advertiu a Organização Mundial da Saúde (OMS), nesta terça-feira (7).
Segundo a diretora da entidade, Adelheid Marschang, do total de pessoas expostas, cinco milhões já estão em estado de vulnerabilidade. É o caso de refugiados da Guerra da Síria, por exemplo, e da população local que vive em áreas urbanas e rurais danificadas por mais de uma década de conflitos.
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Marschang ainda chamou a atenção para o fato de que Damasco possivelmente precisará de mais ajuda da comunidade internacional do que seu vizinho, a curto e médio prazo, em razão de sua menor capacidade de resposta —o país já vinha de uma crise humanitária após 12 anos de guerra civil.
De todo modo, a situação é urgente, reforçou o secretário-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus. "Agora é uma corrida contra o tempo. A cada minuto, a cada hora que passa, diminuem as chances de encontrar sobreviventes."
Desde o início dos trabalhos de resgate, que prosseguiram durante a madrugada sob frio, chuva e neve, o número de mortos ultrapassou a marca de 5.000 —a Turquia contabiliza 3.549 óbitos, e a Síria, 1.602, de acordo com os balanços das autoridades de Damasco e das equipes de resgate nas zonas rebeldes. Segundo a agência Reuters, um oficial da ONU afirmou que milhares de crianças podem estar entre as vítimas.
Somados, os dois lados registram ainda quase 25.000 feridos. As condições meteorológicas na região de Anatólia dificultam a atuação dos bombeiros e prejudicam as perspectivas dos sobreviventes, com risco adicional de hipotermia para aqueles que foram soterrados por escombros. Ao redor, a população se aquecia em tendas ou fogueiras improvisadas.
O governo turco anunciou planos para abrigar temporariamente os que perderam suas casas em hotéis da região, um pólo turístico.
O abalo registrado na madrugada de segunda-feira (6), ainda noite de domingo (5) no Brasil, foi sentido também no Líbano, Chipre e Norte do Iraque. Autoridades turcas afirmam que ele afetou cerca de 13,5 milhões de pessoas no território, numa área que vai de Adana, no oeste, a Diyarbaki, no leste, e Malatya, no norte, a Hatay, no sul.
Mortes foram registradas tão longe ao sul quanto em Hama, a cerca de 100 quilômetros do epicentro. Algumas áreas estão sem combustível e eletricidade.
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De acordo com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, no total, dez províncias foram atingidas pelo terremoto. Ele declarou nesta terça estado de emergência na área pelos próximos três meses, e acrescentou que 70 países já se ofereceram para ajudar nas buscas e resgates.
Socorristas começam a chegar de fora na própria data, tanto nas zonas afetadas pelo terremoto quanto por seus tremores secundários. Uma das equipes, da França, pretende atuar no epicentro do fenômeno, Kahramanmaras, uma região de difícil acesso e que sofre com a neve —os dois times americanos com 79 socorristas cada um anunciados por Joe Biden na véspera devem seguir para a mesma região.
Enquanto isso, a China anunciou um pacote de auxílio de US$ 5,9 milhões (R$ 30,4 milhões) que inclui equipes especializadas em resgates em áreas urbanas, equipamentos médicos e material de emergência.
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