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Economia

Americanas não descarta demissões em comunicado a funcionários

Empresa entrou um pedido de recuperação judicial, nesta quinta-feira, alegando R$ 43 bilhões em dívidas


Imagem ilustrativa da imagem Americanas não descarta demissões em comunicado a funcionários
Lojas Americanas |  Foto: Redação

Funcionários da Americanas receberam comunicado nesta quinta-feira (19) com informações sobre pagamento de salários e corte de empregos.

O texto, escrito em formato de perguntas e respostas, não descarta demissões.

"Haverá demissões? Neste momento, a companhia está focada na manutenção das operações. Um plano estratégico de otimização dos recursos está em andamento para que decisões que garantam a sustentabilidade da companhia tenham efeitos em curto prazo. Em processos como esse, é comum que haja reestruturação."

Outra pergunta que preocupa os funcionários, o pagamento de salários, também não dá resposta afirmativa direta.

"Os salários serão pagos? A lei prevê que os salários sejam pagos normalmente durante o período em que a empresa estiver em recuperação judicial."

Procurada pelo Painel S.A., a Americanas não se manifestou.

Segundo Ricardo Patah, presidente do Sindicato dos Comerciários, a resposta da empresa foi dada após o questionamento de funcionários.

Pedido de recuperação judicial 

A Americanas entrou em recuperação judicial nesta quinta-feira (19), após ter o pedido, feito no mesmo dia, aceito em poucas horas pela Justiça. Com apenas R$ 800 milhões declarados em caixa, a varejista tem uma dívida de aproximadamente R$ 43 bilhões com 16,3 mil credores, configurando o quarto maior pedido de recuperação judicial da história do Brasil.

Pela manhã, a empresa havia comunicado ao mercado que poderia entrar com o pedido "nos próximos dias ou potencialmente nas próximas horas" —o que se confirmou pouco depois, em petição enviada à 4ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro. O movimento rápido, sob pressão de bancos, sinaliza um processo de recuperação judicial turbulento, afirmam especialistas.

A Americanas afirma que "seguirá operando normalmente dentro das novas regras da recuperação judicial, cujo um dos objetivos principais é a própria manutenção de empregos, pagamento de impostos e a boa relação com seus fornecedores e credores e investidores de forma geral".

Em resposta, as ações da empresa, que já vinham derretendo nos últimos dias, encerraram a quinta em queda de 42,52%, a R$ 1,00. Desde o estouro do escândalo contábil, na noite de quarta (11), os papéis da empresa caíram 91,6%.

A partir de agora, os credores não podem cobrar nada da empresa na Justiça. O juiz Paulo Assed Stefan, porém, fez uma ressalva em relação aos valores retidos pelo BTG, que foram alvo de disputa entre a varejista e o banco nos últimos dias. A Folha apurou que a decisão deixou o banco "aliviado".

Para o juiz, o BTG tem direito a reter os R$ 1,2 bilhão na conta da Americanas junto ao banco, montante que havia bloqueado na quinta (12), antes de a varejista conseguir uma liminar na Justiça protegendo seus ativos, o que ocorreu na sexta (13).

O juiz, porém, entendeu que os bancos Votorantim, Bradesco, Safra e Itaú, que realizaram compensações em contas correntes ou de investimentos após a sexta (13), descumpriram a decisão obtida pela Americanas. De acordo com o magistrado, considerando a urgência da medida para preservar o fluxo de caixa, as instituições financeiras foram intimadas a devolverem os valores em até seis horas, sob pena de multa de 10% da cifra em questão.

"Trata-se de uma das maiores e mais relevantes recuperações judiciais ajuizadas até o momento no país, não só por conta do seu passivo, mas por toda a repercussão de mercado que a situação de crise das requerentes vem provocando e, por todo o aspecto social envolvido, dado o vultoso número de credores, de empregados diretos e indiretos dependentes da atividade empresarial ora tutelada, bem como o relevante volume de riqueza e tributos gerados", diz o juiz Stefan, na sentença.

No ranking das maiores recuperações judiciais do país, antes da Americanas estão Odebrecht (R$ 80 bilhões), Oi (R$ 65 bilhões) e Samarco (R$ 55 bilhões). Depois da varejista, aparecem na lista Sete Brasil (R$ 19 bilhões) e OGX (R$ 12,3 bilhões).

Na petição apresentada nesta quinta, redigida pelos escritórios Basilio Advogados e Salomão Kaiuca Abrahão Raposo Cotta, a empresa afirma que vai apresentar seu plano de recuperação judicial dentro de 60 dias, a partir da aprovação do pedido. Os administradores judiciais serão a Preserva-Ação Administração Judicial e o escritório de advocacia Zveiter.

No pedido à Justiça, a Americanas começa dizendo que é um "motivo de orgulho para o povo brasileiro", por ser uma varejista "quase centenária" (fundada em 1927, no Rio, por um quarteto de imigrantes americanos, daí o nome da rede), com muitos pontos de venda (3.600), que atendem mais de 50 milhões de consumidores e geram "mais de 100 mil empregos diretos e indiretos". Além disso, também paga R$ 2 bilhões em tributos ao ano.

Também menciona o patrocínio ao reality show da rede Globo, Big Brother Brasil (BBB), programa do qual se tornou "parceira" nos últimos anos (mas abriu mão do apoio deste ano, que acabou ficando com a rival, Mercado Livre). E diz que muitos fornecedores dependem dela para continuar existindo.

A empresa ainda ressalta que "a crise do grupo pode afetar até mesmo o preço do ovo de Páscoa, pois se trata da maior varejista de ovos de Páscoa do mundo!", afirma.

Ao falar dos credores, em especial os bancos, a varejista se coloca como vítima de um "verdadeiro ataque", cujo cerne –a divulgação de "inconsistências contábeis de R$ 20 bilhões"– ela afirma desconhecer.

"Tudo se deu pelo fato de a companhia ter revelado –ressalta-se, com transparência, coragem e lealdade incomuns–, ao mercado as inconsistências em lançamentos contábeis redutores da conta de 'Fornecedores', realizados em exercícios anteriores, incluindo o exercício de 2022. Ainda é cedo para precisar o que aconteceu e quem são os efetivos responsáveis por esse infortúnio", afirmou.

A Americanas afirma que, de uma hora para a outra, seu caixa ruiu.

"Alguns poucos credores, sem pensar nos impactos para a coletividade, tomaram medidas precipitadas que culminaram no perigoso esvaziamento do caixa da companhia e, consequentemente, inviabilizaram a sua operação a curto prazo e uma solução negocial coletiva sem o remédio recuperacional", diz.

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