Escuta ativa e a melhora no tratamento contra o câncer
Artigo publicado na coluna Tribuna Livre, do Jornal A Tribuna
Leitores do Jornal A Tribuna
Nos consultórios médicos, as perguntas sobre a vida dos pacientes oncológicos e suas preferências pessoais estão cada vez mais frequentes. Mas não se trata de fofoca ou de mera curiosidade. É que, para proporcionar mais bem-estar na luta contra a doença, os profissionais da saúde têm recorrido ao método da escuta ativa para, depois de conhecer os gostos, hábitos e estilos de vida, prescrever o melhor tratamento contra o câncer.
Com a estimativa de que 620 mil novos brasileiros sejam diagnosticados com câncer a cada ano, de acordo com o Ministério da Saúde, a chave para o sucesso do tratamento é conhecer a pessoa que necessita de cuidados individualmente e oferecer mecanismos para que sinta-se melhor ao longo de um tratamento bastante intenso.
Isso faz parte do princípio bioético da autonomia, respeitando as vontades e os valores de cada enfermo.
Há medicamentos que impactam na sensibilidade dos dedos, por exemplo. Uma pessoa que faz pinturas e trabalhos artesanais ficaria muito frustrada com esse efeito, então pode-se não escolher essa alternativa de tratamento em primeiro lugar.
Assim, sem abrir mão dos avanços mais importantes da ciência, a escuta ativa é uma ferramenta potente e cada vez mais usada por especialistas em saúde.
Dentro desse raciocínio, recentemente a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) lançou um consenso em relação à importância da espiritualidade do paciente ao longo do tratamento. O documento estima que um terço gostaria de ter conversas sobre o tema e enxerga essa vertente como uma busca de conforto e fonte de resiliência.
As clínicas já estão inclusive adotando uma nova especialidade chamada Cuidados Paliativos. Segundo definição da Organização Mundial da Saúde (OMS), são cuidados de saúde ativos e integrais prestados à pessoa com doença grave.
O objetivo é promover a qualidade de vida do paciente e de seus familiares por meio da prevenção e do alívio do sofrimento, da identificação precoce de situações possíveis de serem tratadas, da avaliação cuidadosa do tratamento da dor e de outros sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais.
A busca também é cada vez maior por reduzir os efeitos adversos das drogas. Em diversos tratamentos com quimioterapia é possível fazer um bom balanço entre o bem-estar e o combate à doença. Ou seja, dá para encontrar qualidade de vida mesmo ao longo do tratamento.
Assim, os efeitos colaterais da quimioterapia são olhados com profunda atenção pelos especialistas, que buscam alternativas para aliviar o mal-estar.
O paciente hoje é parte central do processo e ele sabe que se aderir ao tratamento com rigor, ao lado de atividades físicas, alimentação balanceada, de suas crenças, da família e das atividades que gosta de realizar, há maior chance de sucesso.
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