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TRIBUNA LIVRE

A Copa de um mundo diferente

O futebol não é sobre 22 jogadores e uma bola. Esse ecossistema é maior que a emoção de ser a melhor seleção do mundo

Maísa Porto Nacari | 23/10/2022, 09:12 h | Atualizado em 23/10/2022, 09:14
Tribuna Livre

Leitores do Jornal A Tribuna


A Copa do Mundo será diferente. Será em novembro, fato inédito em 21 edições, devido às condições climáticas do Catar. O Oriente Médio não é referência em futebol. Isso já seria suficiente para dizer que a Copa de 2022 será diferente, mas há outros motivos.

Desde 2018, a FIFA incluiu compromissos de direitos humanos no seu estatuto e anunciou que “as sedes da Copa do Mundo devem se comprometer a conduzir suas atividades com base em princípios sustentáveis e respeitar os padrões de direitos humanos e trabalho, de acordo com os Princípios Orientadores das Nações Unidas.”

A escolha do Catar envolve polêmicas, como denúncias de más condições de trabalho dos imigrantes. São 2 milhões de imigrantes em uma população de 2,8 milhões de pessoas, um dos poucos países no mundo em que a população estrangeira é maior do que a nativa. 

Cabe destacar que o país é membro do Conselho de Cooperação do Golfo e adota o sistema kafala (sistema de patrocínio) para monitorar os trabalhadores imigrantes. O sistema exige que trabalhadores não qualificados tenham um patrocinador no país, geralmente o empregador, responsável pelo visto e estatuto legal. 

A prática é criticada por organizações de direitos humanos por oportunizar a exploração dos trabalhadores, uma vez que muitos empregadores confiscam os passaportes e os submetem a condições desfavoráveis.

Para Minky Worden, diretora da Global Initiatives: “Dignidade e orgulho no trabalho se concretizam através de remuneração justa, condições de vida e trabalho seguras, e respeito aos contratos. Mas para muitos trabalhadores imigrantes no Catar, a realidade tem sido o pagamento de altas taxas de recrutamento que podem levar anos para serem quitadas, salários atrasados ou não pagos, locais de trabalho inseguros e acomodação inadequada que levaram a 6 mil mortes”. Como falar em trabalho digno? 

Sediar uma Copa do Mundo nunca foi só sobre futebol, é também sobre desenvolvimento em infraestrutura, mobilidade, turismo e geração de emprego. As instituições avançam quando possuem ações para evitar, minimizar e remediar os impactos gerados. A exemplo disso, a FIFA implantou em 2018 um canal em seu site para jornalistas e defensores dos direitos humanos fazerem denúncias.

A comunidade internacional está atenta ao Catar. Uma coalizão formada pela Anistia Internacional e mais oito ONG´s pediu que a FIFA doe US$ 440 milhões como fundo de compensação para milhares de trabalhadores imigrantes que teriam sofrido abusos durante a preparação para o torneio. O grupo ainda pleiteia que a Federação estabeleça um programa para garantir que todos os abusos trabalhistas para os quais a FIFA contribuiu sejam remediados.

O futebol não é sobre 22 jogadores e uma bola. Esse ecossistema é maior que a emoção de ser a melhor seleção do mundo. É diferente! É sobre termos a oportunidade de sermos melhores em tudo. 

MAÍSA PORTO NACARI é administradora e diretora de Gente e Gestão do IDEIAS.

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