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PAPO DE FAMÍLIA

Automutilação: uma realidade mais frequente do que se imagina

Cláudio Miranda | 22/10/2022, 08:01 h | Atualizado em 22/10/2022, 08:03
Papo de Família, por Cláudio Miranda

Cláudio Miranda, terapeuta de Família e Psicopedagogo Clínico


Imagine você ser chamado na escola e a pedagoga te comunicar que seu filho está se cortando, se automutilando, se ferindo. Você, como pai, mãe ou avós, já passou por uma situação dessas? É muito desconfortável. 

Os primeiros pensamentos que vêm à mente são: Onde foi que eu errei? Tenho dado o melhor de mim como pai e como mãe. 

Outros questionamentos são levantados, do tipo: “Por que ele está fazendo isso”? “Ele tem tudo que precisa”. 

Alguns poderão dizer: “Ele está fazendo isso para chamar a atenção”. “Dá uma surra nele que ele para”. E você? O que você diria sobre isso se alguém próximo a você estivesse se cortando e se automutilando?

Isso tem sido muito frequente e na maioria das vezes ele aparece lá na escola que é um local de convívio social intenso. 

A automutilação é apenas uma das formas e demonstrações de que a saúde mental do adolescente não anda bem. Ouço com frequência os pais dizerem: “Meu Deus, como eu não percebi isso?”. 

É muito comum surgir nos pais e cuidadores um sentimento de culpa muito grande e se sentirem fracassados como cuidadores dos filhos. 

No momento em que se busca ajuda terapêutica para o filho, é importante os pais serem ajudados também. 

Pode-se dizer que o estresse e as ansiedades da atualidade são um dos disparadores do problema vivenciado por crianças e adolescentes. 

Podemos considerar também que os filhos, na atualidade, têm sido criados de tal forma que estão mais frágeis e não têm ferramentas psíquicas para lidar com suas perdas e dificuldades cotidianas.

Uma comunicação familiar ruim pode ser uma das causas da existência desse mal. Um relacionamento familiar empobrecido poderá agravar ainda mais o problema quando ele for identificado.

Muitos pais ficam com vergonha de estar passando por aquela situação. Se a automutilação tem uma ligação estreita com a dificuldade de comunicação entre pais e filhos e com a fragilidade das relações interpessoais dos adolescentes com seus cuidadores nesse momento, os pais precisarão aprender estratégias saudáveis de lidar com os filhos.

Muitas vezes esse problema passa despercebido pela família e também pela escola, que são os locais de intenso convívio e interação. 

Então, além da família, a escola poderá aprender formas saudáveis de identificação desse e de outros problemas emocionais de seus alunos. 

Dessa forma, a escola poderá trabalhar a saúde mental de seus alunos com técnicas e dinâmicas muito simples diluídas ao longo do ano. 

Pelo contato diário com os alunos, os professores acabam assimilando de uma forma generalizada o perfil comportamental de seus alunos. 

Quando sugiro isso, não estou dizendo que a escola vá se tornar uma clínica, mas pode ser um espaço com profissionais atentos à dinâmica dos alunos com seus colegas. 

Ao se perceber algum problema, os pais daquele aluno poderão ser comunicados para os devidos encaminhamentos terapêuticos.

A automutilação precisa de um olhar profissional para avaliar todo o contexto em que ela acontece. Se alguém faz algo “para chamar a atenção”, é porque é de atenção que essa pessoa necessita.

Cláudio Miranda é terapeuta individual e familiar, psicopedagogo clínico, pós-graduado pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP

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