Aliados do PT culpam Orçamento por baixo desempenho nas urnas
Aliados de Lula atribuem ao orçamento secreto o resultado aquém do esperado nas urnas.
Estado de São Paulo
Frustrados com a composição do Congresso em 2023, aliados de Lula atribuem ao orçamento secreto o resultado aquém do esperado nas urnas.
Na avaliação de líderes da esquerda, o instrumento, instituído sob o governo de Jair Bolsonaro, enfraqueceu o chamado “voto de opinião” e alavancou políticos que levaram recursos a seus redutos.
Somadas as bancadas das legendas que apoiam Lula, o petista teria, se eleito, 139 representantes em sua base na Câmara.
Segundo levantamento do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP), o arco de alianças tinha potencial para eleger até 162 deputados, o equivalente a quase um terço da Casa.
Horizonte. Aliados de Lula projetam que ele precisaria fazer mais arranjos com partidos do Centrão do que previam antes do primeiro turno. “Reforçou o velho presidencialismo de coalizão. Há uma cláusula de barreira muito exigente que fortaleceu os partidos maiores”, diz a presidente do PCdoB, Luciana Santos.
Boca. Alckmin também tem dito que haveria uma revisão da legislação trabalhista, mas para estender a profissionais de aplicativos direitos garantidos aos trabalhadores formais. Promete ainda finalizar acordo comercial entre Mercosul e União Europeia.
Aval. As promessas são avalizadas por Lula, segundo aliados, e são o máximo de detalhamento que a chapa pretende oferecer neste momento.
Queda. Da bancada da PF ligada a Bolsonaro, apenas Alexandre Ramagem, ex-chefe da Abin, se elegeu. Max Guilherme, segurança pessoal do presidente, e Alexandre Saraiva (PSB), ex-superintendente da PF que denunciou o apoio de Ricardo Salles (PL-SP) a madeireiros, não se elegeram.
Visão. Um membro da campanha do petista afirma, sob reserva, que o atendimento de demandas de parlamentares às suas bases eleitorais será o meio mais simples para compor maiorias.
Online. O deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP), que não se reelegeu, credita ao encurtamento do período eleitoral o aumento da preponderância das campanhas nas redes sociais sobre o resultado das eleições. “A direita sabe usar essa ferramenta muito melhor do que a esquerda.”
Boca a... Na falta de um plano econômico de Lula, o vice Geraldo Alckmin (PSB) tem dado pistas a empresários e investidores do que deve ser a administração de eventual governo petista na área. Ele se compromete com a redução da relação dívida/PIB, sem dizer porém como alcançá-la, e com uma reforma tributária nos moldes da que já tramita no Congresso, relatada por Baleia Rossi, presidente do MDB.
Divisão. Para o vice da chapa de Tarcísio de Freitas, Felicio Ramuth (PSD), é natural ceder espaço aos partidos que o apoiam em eventual governo, mas aqueles que aderiram desde o primeiro turno devem ter maior participação.
Click. Tarcísio de Freitas (Republicanos), candidato a governador de SP, falou aos fiéis em culto de 50 anos da Assembleia de Deus Paulistana, após, no primeiro turno, dizer a aliados que preferia evitar uso da religião em campanha.
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Coluna do Estadão,por Estado de São Paulo