Espírito Santo é referência em operações especiais no País
Leitores do Jornal A Tribuna
Quando o assunto é comércio exterior, o Espírito Santo tem se tornado referência, ganhando protagonismo no País. O que chama atenção agora vai além da localização privilegiada, uma participação robusta no PIB e a presença de importantes empresas. A privatização da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), os investimentos nos terminais e a prorrogação dos incentivos fiscais desenham um novo cenário para o setor.
Esse movimento reflete em toda a cadeia do comércio internacional: os exportadores e importadores ampliam suas operações, demandam dos terminais e portos secos, dos distribuidores, dos órgãos anuentes e intervenientes e, como não menos importante, dos despachantes aduaneiros, que são os responsáveis por representar esses operadores diante a Receita Federal e de outras instituições, com documentos necessários para o desembaraço das operações.
Em um país com milhares de leis e centenas de resoluções para o comércio exterior, infelizmente, investimentos e incentivos não resolvem a questão da burocracia. Mesmo com uma infraestrutura adequada para receber cargas e a vontade das empresas, o conhecimento na legislação e mudanças na operacionalização fazem toda a diferença nos negócios do setor.
Alguns avanços foram feitos, como a criação do Portal Único Siscomex, denominado de guichê único de comércio exterior do País, que busca simplificar os documentos, as certidões e procedimentos nas operações.
No Estado, nos últimos anos já conseguimos vislumbrar o ritmo acelerado que alcançaremos: importamos e exportamos mais de US$ 12 bilhões, de janeiro a setembro deste ano, conforme dados do Ministério da Economia. Além dos recordes em movimentação de carga nos terminais, o Estado começa a se tornar referência para as operações consideradas especiais, que envolvem equipamentos de grande porte ou de grande volume. Tudo isso se deve à cooperação e sinergia da cadeia de comércio exterior.
Nos últimos três meses, por exemplo, participei de uma operação complexa, com navios dedicados, cargas aéreas e equipamentos com mais de 110 toneladas. Uma operação que, a meu ver, não seria concretizada com toda agilidade, precisão e segurança sem a chegada dos novos equipamentos. O planejamento logístico, o conhecimento dos processos de despacho e os guindastes utilizados nos terminais foram cruciais para a entrega exitosa, em tempo recorde.
Vislumbro para os próximos anos ainda mais crescimento no comércio exterior, na logística e na economia do Espírito Santo. As empresas têm feito seu dever de casa, com investimentos constantes e aquisição de equipamentos cada vez mais modernos e potentes.
Com tudo isso traçado até aqui, acredito ser difícil os navios desviarem seus destinos dos portos capixabas.
BRUNO MARQUES é diretor comercial de empresa de despacho aduaneiro.
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