Placar no 1º turno fica no cenário mais otimista de bolsonaristas
A avaliação é a de que a alta abstenção (ao redor de 20%) ajudou Bolsonaro na primeira etapa
Estado de São Paulo
Mesmo com Jair Bolsonaro (PL) atrás de Lula (PT) em número de votos, o resultado da eleição presidencial no 1º turno ficou dentro do melhor cenário de previsão da campanha do presidente.
Há pelo menos duas semanas, aliados de Bolsonaro consideravam que, no mundo ideal, ele ficaria até cinco pontos atrás do petista, justamente o que ocorreu.
O placar agora, na visão deles, abre a chance para uma virada no 2º turno. A avaliação é a de que a alta abstenção (ao redor de 20%) ajudou Bolsonaro na primeira etapa e havia a expectativa de que o presidente crescesse até 10 pontos na véspera do pleito, em razão de alianças nos Estados. Bolsonaristas também avaliam que o resultado mostrou o antipetismo mais forte do que o imaginado.
REALIDADE. Especialistas em pesquisas avaliam, porém, que resultados recentes indicam que quem vence no 1º turno tem mais chances na final.
INIMIGO MEU. Apesar de ter conseguido eleger vários bolsonaristas ao Senado, a campanha de Jair Bolsonaro ficou incomodada com o resultado em um Estado: o Amazonas. Para o presidente e seus aliados, era uma questão pessoal barrar a reeleição de Omar Aziz, que presidiu a CPI da Covid. Não conseguiu.
PLANOS. Membros do PP comemoraram o resultado da eleição na Bahia. O motivo é que, com a desvantagem de ACM Neto (União) no 1º turno, ele terá menos força para eventualmente atrapalhar uma possível aliança entre a sua legenda com o PP para formar uma "superbancada". Outro que poderia melar esse jogo, Rodrigo Garcia (PSDB) ficou fora da final em SP.
ME ATENDE. Presidente do PT-SP, Luiz Marinho afirmou que a campanha de Fernando Haddad vai procurar Rodrigo Garcia (PSDB) ainda nesta segunda-feira (3) em busca de uma declaração de apoio. Outra que encabeça a lista de prioridades do PT é Simone Tebet (MDB).
ME ATENDE 2. Geraldo Alckmin e Aloizio Mercadante contataram ainda no domingo (2) à noite Carlos Lupi, do PDT, e Baleia Rossi, do MDB. Alckmin vai ganhar relevância neste 2º turno.
OUVIDOS. Aliados de Haddad avaliam que houve uma migração de votos do PSDB para Tarcísio de Freitas (Republicanos) em um movimento de antecipação do 2º turno. Por isso, o PT apresentará como argumento que Haddad seria a melhor opção para sustentar o legado do PSDB em São Paulo. Também devem apelar para uma união de petistas e tucanos contra o bolsonarismo.
Clik. Enquanto políticos tentavam negar a decepção com o placar do 1º turno, imagens do PT não escondiam o desânimo durante a apuração.
SOZINHO. Apesar de ter recebido R$ 1,5 milhão de recursos públicos do fundo eleitoral em sua campanha, Padre Kelmon (PTB) não recebeu apoio nem mesmo dos principais nomes de seu partido. Líder da legenda na Câmara, Paulo Bengston (PA) optou por apoiar Jair Bolsonaro, assim como Otavio Fakhoury, presidente do PTB-SP
SOZINHO 2. Segundo Bengston, Kelmon entrou tarde demais na disputa e, em nome de sua própria campanha, era importante somar-se a um presidenciável com mais chances. Kelmon teve pouco menos de 80 mil votos.
SUGERIMOS PARA VOCÊ:
Coluna do Estadão,por Estado de São Paulo