Navio que alertou Titanic sobre iceberg é encontrado
O SS Mesaba, navio mercante fabricado em 1912, foi encontrado no fundo do mar da Irlanda por uma equipe de pesquisadores
Escute essa reportagem

O navio de onde partiu um sinal de alerta para a tripulação do Titanic sobre a presença de um iceberg, horas antes de ele se chocar contra a placa de gelo, foi encontrado no fundo do mar da Irlanda por uma equipe de pesquisadores das Universidades de Bournemouth e Bangor, no Reino Unido.
O SS Mesaba, navio mercante fabricado em 1912, estava cruzando o Atlântico quando enviou um sinal de alerta por rádio para o Titanic. A mensagem foi recebida, mas não chegou a ser lida pelo comandante da embarcação britânica, que fazia sua viagem inaugural. Algumas horas depois, em 14 de abril, a estrutura colidiu com um iceberg e acabou afundando, matando mais de 1.500 pessoas entre passageiros e funcionários.
Já o SS Mesaba continuou transportando cargas por mais seis anos, até 1918, quando foi atingido por um torpedo durante um comboio de cargas de Liverpool para a Filadélfia, nos Estados Unidos. 20 pessoas morreram, incluindo o comandante do navio. A situação que levou ao ataque não foi detalhada por autoridades.
A equipe de pesquisadores britânicos que encontrou a carcaça da embarcação usou a tecnologia de um sonar multifeixe, apelidado de "Prince Madog" — ele emite ondas acústicas em leque, que refletem no fundo do mar e voltam ao receptor, ajudando a estudar áreas mais profundas do oceano. A técnica permitiu identificar os contornos do navio e sua exata posição pela primeira vez desde 1918.
O SS Mesaba é uma das 273 embarcações que estão submersas no mar da Irlanda e foram escaneadas e identificadas no banco de dados do governo do Reino Unido.
"Os resultados do trabalho descritos no livro validaram a técnica multidisciplinar usada [nas buscas] e marcam uma nova era para a arqueologia marítima", afirmou o professor Innes McCartney, integrante da equipe.
"Antes nós conseguiamos mergulhar até alguns dos locais de naufrágio a cada ano e identificar visualmente as carcaças. O sonar tem habilidades únicas que nos permitiu desenvolver uma forma de custo relativamente baixo para analisar esses destroços", completou o estudioso.
Comentários