Senadores tentam tirar da União ônus do piso da enfermagem
O texto deverá delimitar se a União deve bancar ou não gastos extras com pisos salariais de categorias que trabalham para Estados e municípios
Estado de São Paulo
Previsto para ir à votação depois de amanhã no Senado, o projeto que promete destravar o piso da enfermagem, paralisado pelo STF, é tratado nos bastidores como um divisor de águas.
O texto deverá delimitar se a União deve bancar ou não gastos extras com pisos salariais de categorias que trabalham para Estados e municípios.
Como mostrou o Estadão, há 156 profissões que pleiteiam o mesmo tratamento. Com a votação desta semana, senadores desejam passar a mensagem que, ao destravar cerca de R$ 27 bi em recursos de prefeitos e governadores, a União não vai assumir o pagamento dos trabalhadores, mas só ajudar na transição – a fonte serão os orçamentos de cada ente. Ou seja, pelo menos em Brasília já se sabe quem pagará a conta.
LIBERA. A ajuda é formada por recursos da União transferidos para o combate à covid mas represados. Senadores esperam que Luís Roberto Barroso, do STF, libere o piso prometido pelos políticos com vistas à eleição.
BABEL. O piso da enfermagem produziu uma confusão de números. O Ministério da Saúde vê impacto de R$ 22,5 bilhões para o setor público e privado; os comitês dos secretários estaduais e municipais de saúde calcularam R$ 26,5 bi apenas para o setor público. Já a Confederação Nacional dos Municípios tem previsão de R$ 10,5 bi para as prefeituras.
MISTÉRIO. Estreante em debates, Padre Kelmon (PTB) não quis contar para quem telefonava nos intervalos do programa que foi ao ar no sábado, organizado pelo Estadão em pool de veículos de imprensa. Perguntado, não revelou sequer se era Roberto Jefferson (PTB), que cumpre prisão domiciliar.
ARDE. Pesquisa da Quaest/Genial verificou que o eleitor considera mais perigoso declarar voto nesta eleição, provavelmente em razão da escalada da violência política. Só dos últimos três dias, uma jovem eleitora de Lula tomou uma paulada na cabeça, no Rio, desferida por um bolsonarista. Ontem, um jovem ligado ao MBL apanhou de apoiadores de Guilherme Boulos (Psol-SP) na Paulista.
MEDO. Segundo a Quaest, 57% dos entrevistados disseram considerar mais perigoso dar opinião ou falar de voto neste ano. Entre os que se declaram eleitores de Lula (PT) e de outros candidatos, o porcentual é maior (61%). Entre bolsonaristas, 51% disseram achar mais perigoso.
MEDO 2. Entre os que não pretendem declarar o voto publicamente (a maioria), 82% consideram mais perigoso falar no assunto. A Quaest ouviu 2.000 pessoas entre 17 e 20 de setembro
CLICK. Cadeiras vazias. Sem Michelle, Ciro Nogueira e Tarcísio de Freitas, que não foram ao debate de sábado, sobraram vagas na claque de Jair Bolsonaro (PL).
INUNDAÇÃO. A campanha de Rodrigo Garcia (PSDB) prepara uma ofensiva à moda antiga na última semana de eleição. A previsão é distribuir milhões de colinhas com os números dele, de Edson Aparecido (MDB), candidato ao Senado, e de deputados indicados por prefeitos aliados.
INUNDAÇÃO 2. Com a proibição do celular nas cabines de votação, aliados do governador avaliam que as colinhas terão mais relevância nesta eleição. O número de folhetos calculados equivale a quatro unidades por eleitor paulista – são 36,4 milhões os eleitores em SP.
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Coluna do Estadão,por Estado de São Paulo