Sepse, um problema de saúde pública que deve ser combatido
Mais do que uma campanha, o combate à sepse é uma causa que deve ser abraçada o ano inteiro por todos nós da área da Saúde
Leitores do Jornal A Tribuna
Recém-nascidos, crianças, adultos, idosos, todos podem ser afetados pela Sepse, uma infecção grave que leva à disfunção de um ou mais órgãos do corpo humano e que é uma das principais causas de mortes dentro das Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs).
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), todos os anos, estima-se que 240 mil pessoas morram em função da Sepse no Brasil.
Em todo o mundo, são cerca de 11 milhões de mortes, anualmente. É, portanto, um problema de saúde pública, cujas principais armas para o combate devem ser a prevenção e o diagnóstico precoce.
É importante destacar que as taxas de óbito por sepse nos países desenvolvidos variam de 5% a 15%, enquanto nos que estão em desenvolvimento, entre 20% e 25%, chegando a 35% de óbitos nas nações mais pobres.
O mais preocupante é que as maiores taxas de morte ocorrem justamente onde há mais dificuldades para o reconhecimento do problema em seu estágio inicial.
Por isso, falar sobre esse tema, conscientizando, esclarecendo e dando subsídios para o enfrentamento, é tão essencial.
Várias infecções podem se transformar em sepse, como pneumonia, infecções abdominais e urinárias.
Quanto mais tempo se leva para identificar o problema, mais grave se torna o impacto no organismo e diminuem as possibilidades de recuperação do paciente.
O dia 13 de setembro, que marca a data mundial de combate à sepse, faz com que médicos, enfermeiros e todos os profissionais da Saúde voltem a sua atenção para o assunto.
Essa é uma luta de todos, multidisciplinar, e até mesmo a população deve estar atenta e bem informada sobre os sinais.
O diálogo e o trabalho integrado entre as equipes hospitalares são fundamentais para que os protocolos contra a infecção sejam seguidos de maneira eficaz nas unidades.
Conhecer os sintomas, realizar os exames necessários e garantir um tratamento assertivo, com protocolos sempre atualizados, pode salvar muitas vidas.
Vale lembrar que a luta contra a sepse não termina quando a infecção é controlada. Em muitos casos, os pacientes apresentam sequelas físicas, como dificuldade para engolir e fraqueza muscular, além de neurocognitivas.
Ou seja, é uma batalha que começa aos primeiros sintomas e pode se estender por um longo período após a alta.
É o olhar cuidadoso para o paciente e o trabalho eficaz e em equipe dos profissionais de saúde que podem fornecer as condições de recuperação e, consequentemente, melhorar a qualidade de vida das pessoas.
Mais do que uma campanha, o combate à sepse é uma causa que deve ser abraçada o ano inteiro por todos nós da área da Saúde e também pela sociedade.
FERNANDO RONCHI é diretor-presidente da Unimed Vitória.
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