Combate ao câncer de mama em muitos tons de rosa
A prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de mama passam pelo caminho do autocuidado
Leitores do Jornal A Tribuna
Já estamos em contagem regressiva para mais uma edição da campanha Outubro Rosa, que marca um período importante para as mulheres, suas famílias e nós, médicos que lidamos diretamente com a promoção da saúde feminina.
Esse movimento sinaliza uma luta contínua que se concretiza numa união de forças diária que visa a prevenção, o diagnóstico precoce e o tratamento para o câncer de mama, a neoplasia mais incidente na população feminina mundial e brasileira, com exceção apenas dos casos de câncer de pele não melanoma.
Por isso, é fundamental que essa união de forças ganhe mais adesão a cada ano, para que todo esse esforço traga resultados concretos.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), para cada ano do triênio 2020-2022, a estimativa era de 66.280 novos casos de câncer de mama no País, com risco estimado de 61,61 casos por 100 mil mulheres.
Mais do que informar números e estimativas da doença, o Outubro Rosa, juntamente com suas ações, visa contrariar estimativas e criar condições para que novos casos sejam evitados, ou que recebam o tratamento em tempo hábil para que a mortalidade pela doença apresente queda.
A luta ainda é difícil e os resultados sempre estarão aquém do que esperamos.
Afinal, são muitos os desafios que remam na contramão da saúde que tanto almejamos promover: diagnóstico tardio, acesso difícil ao atendimento oncológico no serviço público de saúde, falta de informação e até mesmo as adversidades que não conseguimos evitar.
A campanha Outubro Rosa nos motiva a colocar em prática atitudes que fazem diferença, como fazer o autoexame, priorizar os exames de rastreio, como a mamografia, afim de se certificar como está a saúde das mamas.
E mais: colocar a saúde em primeiro lugar com a adoção de hábitos saudáveis, como boa alimentação, prática de exercícios físicos e estar atenta aos sinais do corpo.
Práticas tão corriqueiras, mas que são ignoradas por diferentes motivos e, por isso, é preciso reforçar a sua importância.
A prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de mama passam por esse caminho do autocuidado, que precisa ser prioridade em nossa rotina e em nossas escolhas.
Paralelamente, ao encontro desse autocuidado, precisam vir o acolhimento, o apoio e a informação.
Uma batalha de muitas frentes em que cada um precisa saber usar seus instrumentos de defesa e combate para lutar contra esse inimigo da saúde das mulheres.
Que o tom de rosa não ilumine apenas os monumentos da cidade, e nem seja apenas destaque nos espaços públicos, mas se torne uma luta com adeptos engajados e com soluções que venham ao encontro dos nossos anseios.
Por meio de novas descobertas, tratamentos e possibilidades acessíveis que visem defrontar com mais eficiência esse mal que tanto nos esforçamos para combater.
Na contramão do medo e da falta de recursos, que mais essa edição da campanha sinalize saídas e ilumine os pontos obscuros que ainda colocam o câncer de mama como um dos piores e letais inimigos da população feminina.
THAISSA TINOCO é médica ginecologista e mastologista.
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