Investir exige consistência
Investir independe dos cenários de alta ou de baixa na Bolsa, quem será presidente ou incertezas quanto ao futuro
Leitores do Jornal A Tribuna
Esportes podem revelar uma excelente metáfora para o mundo dos investimentos. Aproveitando o timing, este mês de setembro ocorreu o maior torneio de Tênis do mundo: o US Open.
Um pouco mais adiante, em novembro, teremos a Copa do Mundo FIFA. Um é essencialmente individual, enquanto o outro coletivo. No entanto, para chegar ao ápice do título, ambos exigem consistência.
Este é o gancho para falarmos sobre investimentos. A prática esportiva traz benefícios dentre as quais habilidades e competências a serem desenvolvidas diante de tomadas de decisão mais eficientes, assim como o ato de investir.
Tomar uma decisão não é tarefa fácil, porque sempre terá impactos em menor ou maior grau em nossas finanças.
Decisões complexas implicam trade-offs peculiares, ou seja, um país que precisa elevar os juros para conter a inflação. Assim, verifique se o seu dinheiro está sendo destinado aos valores e propósitos que te movem.
Compreender o modus operandi emocional nos ajuda a eliminar vieses que desviam nosso foco no momento de investir, levando-nos a executar ações que interferem na saúde financeira.
Vejamos alguns exemplos. Normas Sociais: Nossas escolhas são influenciadas por normas sociais e pelo comportamento dos outros Framing;
A forma que uma escolha é apresentada afeta nossa decisão; Status quo: tendemos a nos manter no que é conhecido e na opção padrão; Priming: somos influenciados facilmente por informações irrelevantes;
Efeito Posse: valorizamos mais algo que possuímos comparado ao que não possuímos; Âncoras: Nossas decisões são tomadas com base em um ponto de referência, consciente ou inconsciente;
Desconto Intertemporal: o horizonte de tempo e quando seremos impactados pela ação afeta nossas decisões; Falácia do Planejamento: costumamos subestimar prazos e custos quando planejamos uma ação;
Contexto: o contexto em que vivemos é fundamental e pode ser usado para influenciar uma decisão; Aversão à perda: sentimos muito mais as perdas do que os ganhos, mesmo que estes tenham a mesma dimensão.
No livro A Psicologia Financeira, Morgan Housel afirma: “O seu sucesso financeiro tem pouco a ver com o quão esperto você é, e muito a ver como você controla o seu comportamento”.
Foco e determinação são vetores que tendem a eliminar os vieses. Resiliência e autoconhecimento são fundamentais.
Investir independe dos cenários de alta ou de baixa na Bolsa, quem será o presidente ou as incertezas quanto ao futuro.
A economia global é formada por ciclos e suportar a volatilidade do mercado é amadurecer-se como investidor. Isso significa no mercado acionário comprar quando todos estão vendendo.
Ter uma visão de longo prazo, para daqui há 5, 10, 20 anos, quando os juros compostos provocam um efeito de bola de neve na sua carteira de investimentos.
Assim como nos esportes, o sucesso financeiro não é fruto do acaso, mas da consistência.
Thiago Goulart é diretor de Conteúdo Técnico IBEF-ES
SUGERIMOS PARA VOCÊ:
Tribuna Livre,por Leitores do Jornal A Tribuna