Setor de transportes precisa de inovação para se recuperar
Recuperação da demanda exige soluções diferenciadas para melhorar a experiência do usuário e viabilizar o negócio
Leitores do Jornal A Tribuna
A inovação como ferramenta para recuperar a demanda, fidelizar o cliente e melhorar a qualidade do serviço foi o tema de um dos painéis da 35ª edição do Seminário Nacional NTU (Associação Nacional das Empresas de transportes Urbanos), realizado de 9 a 11 de agosto, em São Paulo.
O evento debateu neste ano os melhores caminhos para se recuperar a demanda perdida e viabilizar um transporte de mais qualidade, com menor custo para o bolso do passageiro pagante, em benefício da vasta maioria da população que mais depende desse serviço essencial para a mobilidade.
A pandemia gerou uma brutal redução na demanda por passageiros em todo o Brasil e hoje, mesmo diante da retomada das atividades e rotinas de trabalho, as empresas que operam sistemas municipais, intermunicipais e interestaduais, bem como as de fretamento e transporte escolar, ainda buscam se recuperar da profunda crise que o setor ainda atravessa e que tem causado perdas da ordem de um bilhão de reais mensais em nível nacional, de acordo com a NTU.
Prejuízos que persistem, na medida em que a recuperação da demanda, observada no último ano, não conseguiu ainda atingir os níveis anteriores à covid-19.
Por outro lado, a pandemia também obrigou o setor a se movimentar ainda mais em busca de soluções para problemas novos e antigos, estimulando fortemente a busca pela inovação.
As apresentações e debates durante a realização do seminário da NTU convergiram para um consenso de que inovar se tornou fundamental para qualquer setor da economia e que é um importante pilar estratégico também para as empresas do setor de transporte de passageiros garantirem uma gestão mais sustentável e desenvolverem soluções digitais que proporcionem a melhoria da experiência do usuário, como já vem acontecendo em várias frentes.
É a preservação dos recursos financeiros que pode dar longevidade e confiança para superar crises e alcançar resultados, mas investindo em inovação há ganhos em informação, previsibilidade e planejamento para que o transporte coletivo de passageiros se fortaleça como negócio e como serviço de qualidade perante a população.
O equilíbrio econômico-financeiro dos contratos de operação e a melhora da qualidade do transporte coletivo de passageiros são sempre as grandes prioridades.
No entanto, para que isso ocorra, a inovação – com novos arranjos institucionais e jurídicos, novas formas de contratação e financiamento, e, também, novos modos de gestão das empresas e da relação com os usuários – é essencial para a viabilidade do transporte e a garantia do direito de ir e vir para toda a sociedade.
JAIME DE ANGELI é secretário geral do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Espírito Santo.
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