Tabagismo: o risco de morte por trás da fumaça
Largar o cigarro está longe de ser uma missão fácil, tampouco repentina
Leitores do Jornal A Tribuna
Neste mês, acontece uma importante campanha voltada para a conscientização e prevenção do câncer de pulmão, o Agosto Branco. Assim como outros movimentos que acontecem durante o ano voltados para a promoção da saúde, esse é mais uma iniciativa de relevância, tendo em vista que o câncer de pulmão é um tumor agressivo e com altas chances de se espalhar para outros órgãos do corpo.
Essa neoplasia, o segundo tipo de tumor que mais acomete os brasileiros, está associada a um problema crônico e difícil de ser combatido: o tabagismo, responsável por 90% dos diagnósticos de câncer de pulmão no Brasil, de acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA).
E quando se fala em prevenção de qualquer doença, em especial o câncer, o cigarro desponta como a principal causa evitável de tumores malignos, de pulmão e diversos outros órgãos.
Seja ativo ou passivo, o tabagismo é um mal que precisa ser combatido permanentemente, seja na família, nas escolas e nas simples consultas médicas de rotina. E, claro, nos exemplos. Trata-se de um inimigo agressivo da saúde e da vida, que embora seja combatido por muitas frentes, ganha força por tantas outras (modismos e velhos hábitos difíceis de serem abandonados).
A nicotina desencadeia uma série de doenças que podem ser causadas pelo uso excessivo do cigarro. A lista é grande, mas o câncer figura como uma das mais prevalentes, tendo em vista que o tabagismo tem relação com vários tipos de tumores malignos além do de pulmão, como cavidade oral, laringe, faringe, esôfago, estômago, pâncreas, fígado, rim, bexiga, colo do útero e leucemias. E é responsável por cerca de 30% das mortes por câncer.
O abandono do cigarro esbarra em muitas resistências internas. Aqueles que fumam há anos podem não querer parar por acharem que o estrago está feito, mas não é assim.
Os benefícios de quem larga o cigarro são gradativos e começam já nos primeiros meses, como, por exemplo, a melhora da circulação e da função pulmonar após 90 dias sem cigarro. Em cinco anos, há redução média de 50% de chances de risco de câncer de pulmão, de boca, da garganta e do esôfago. E assim seguem os benefícios.
Para quem recebeu o diagnóstico de câncer também não faltam motivos para largar o vício. Primeiro, devido às chances de cura de cada diagnóstico individualizado, e ainda porque prosseguir fumando pode comprometer os resultados do tratamento oncológico, sem falar com o risco de surgimento de novos tumores.
Largar o cigarro está longe de ser uma missão fácil, tampouco repentina. Na maioria dos casos, é preciso ajuda profissional, disponível em diversos serviços de saúde, inclusive no SUS. O acompanhamento é importante para ajudar o paciente a largar o vício e lidar com a abstinência.
Que campanhas como o Agosto Branco não sejam apenas movimentos com informações importantes e precisas, mas que sirvam de alerta e gatilho para mudanças de hábitos que fazem diferença entre a saúde e uma vida adoecida.
VIRGÍNIA ALTOÉ SESSA é médica oncologista.
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