Cooperativismo como papel de transformação nas comunidades
Leitores do Jornal A Tribuna
Cooperação entre pessoas, sem dúvida, é um dos maiores ensinamentos do cooperativismo. Mas como trazer essa filosofia para o dia a dia do cidadão? Exercitando o olhar humano! É fato que os governos têm muito que aprender com o modelo cooperativista, que promove desenvolvimento sustentável, social e gera emprego e renda.
Modelo de gestão que favorece o crescimento de cada indivíduo, o cooperativismo garante força política e financeira para fomentar o setor de atuação do associado e contribui para elaboração de políticas públicas. É o compartilhar, na essência do seu significado. Não é exagero afirmar que cooperativas constroem um mundo melhor. Então, por que não espalhar esse modelo nas nossas comunidades?
É lá onde o indivíduo é fortemente influenciado pela consciência social e coletiva, um lugar de transformação no qual nem sempre as políticas públicas são capazes de alcançar. O espírito cooperativista fomenta as pessoas a trabalharem juntas, conecta pessoas e gera resultados.
A economia solidária nas comunidades é um exemplo: fomenta negócios locais e motiva as pessoas a ofertarem e a consumirem produtos da localidade, fazendo a economia girar. Promove também o desenvolvimento regional e a redução de desigualdades, buscando a união de pessoas para alcançar resultados positivos para o coletivo.
A horizontalidade da participação nas cooperativas – sejam elas médicas, de café, de táxi ou de transporte escolar – permite que todos os indivíduos tenham voz ativa. Isso faz que o cooperado tenha voz e vez, que leve as demandas a sério e valorize a pauta coletiva. E o resultado? Crescimento econômico acompanhado de crescimento de cada membro da comunidade.
Assim, o indivíduo deixa os preconceitos de lado, passa a ensinar o que sabe, consome as marcas e os produtos da comunidade, recicla, aprende a valorizar a economia compartilhada.
O cooperativismo é democracia na veia. Esse ambiente de negócios busca o máximo de eficiência, evitando desperdício. Além de buscar a sustentabilidade, inclusive em relação ao meio ambiente e à sociedade.
Um dos pilares do cooperativismo é a visão social, e isso é desdobrado de diversas formas. Os recursos gerados circulam na própria comunidade, gerando mais riqueza.
As responsabilidades são compartilhadas, as perdas de um indivíduo representam a perda dos demais. Já o acerto de uma pessoa demonstra que todos acertaram. Esse movimento democrático alimenta a busca pelo caminho certo. Cooperativas corrigem desigualdades sociais, elas são espaços para as pessoas se desenvolverem e construírem sonhos.
Os governos precisam urgentemente entender os valores cooperativistas de honestidade, solidariedade, equidade e transparência e pautar essas práticas no dia a dia das suas gestões, avaliando as necessidades específicas do grupo e decidindo em conjunto o que é melhor para o bem-estar coletivo. Juntos, é possível crescer e construir um ambiente mais favorável, próspero e democrático.
GUSTAVO PEIXOTO é médico cirurgião, cooperativista e pioneiro em transplante de fígado no Estado.
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