Trabalho remoto é economia para empresas e profissionais
Leitores do Jornal A Tribuna
Em 2020 a sociedade teve de mudar. Com a pandemia, as empresas tiveram que ajustar às pressas suas dinâmicas de funcionamento. O trabalho home office foi uma solução encontrada em tempos de isolamento social.
Porém, após mais de dois anos dessa experiência, alguns questionamentos ainda podem ser feitos sobre as vantagens e desvantagens desse modelo de trabalho e se, realmente, o home office pode substituir o trabalho presencial.
Estudo divulgado recentemente pela empresa de pesquisas Cisco, intitulado “Os empregados estão prontos para o trabalho híbrido, e você?”, constatou que para 72,3% dos trabalhadores brasileiros a qualidade do trabalho melhorou, e que para 71,6% deles, a produtividade aumentou.
No entanto, na mesma pesquisa, apenas 28,3% das empresas brasileiras entrevistadas afirmaram estar muito preparadas para continuar trabalhando em formato híbrido no futuro.
Entre o principais fatores favoráveis para a manutenção do trabalho em home office divulgados pelo estudo estão: a melhora do bem-estar financeiro dos empregados ocasionado principalmente por redução nos gastos com combustível, deslocamento, alimentação e entretenimento, além do equilíbrio melhor entre vida profissional e pessoal, economia de tempo devido a redução ou eliminação total do tempo de deslocamento.
Por outro lado, o afastamento do local de trabalho contribuiu para a não-integração das equipes; além da solidão e distanciamento, atrapalhando a sinergia e o comprometimento da equipe.
Vale destacar que o último caso não é uma verdade absoluta, pois em alguns casos o comprometimento não foi afetado; pelo contrário houve aumento.
Manter a colaboração e a comunicação à distância é um dos grandes desafios dessa modalidade de jornada; haja vista que já não é mais possível caminhar poucos passos até a mesa de um colega para tirar dúvidas, ou ir até a sala ao lado em outro setor, para debater pautas e ideias.
Segundo a pesquisa, mais da metade dos entrevistados afirmou que o microgerenciamento aumentou nesse período, o que pode ocasionar sentimentos de desmoralização e sobrecarga.
Em home office, a importância de ter métricas e indicadores para controle da produtividade é reforçada e o macrogerenciamento (isto é, a supervisão focada no cumprimento de um objetivo final, a médio ou longo prazo) pode ser o mais indicado para realizar a supervisão das tarefas dentro das dinâmicas do trabalho remoto.
O mundo dos negócios mudou e esse novo ciclo pode ser salutar para as empresas e seus funcionários. A escolha da modalidade de trabalho deve ser planejada e bem gerida para alcançar os resultados esperados.
Se antes o home office era uma necessidade, hoje ele se apresenta como alternativa - se valerá a pena a manutenção desse tipo de jornada, cabe a cada empreendedor avaliar e optar pelo melhor caminho para sua empresa e funcionários.
GLAUCIO SIQUEIRA é consultor empresarial e professor universitário.
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