Políticos são todos iguais?
Leitores do Jornal A Tribuna
Em período eleitoral, principalmente, temos a tendência de julgar as pessoas rapidamente: “O que há de pior na sociedade são os políticos!”. Em alguns casos isso pode até ser verdade, mas definitivamente essa não é a regra.
É fácil confundirmos o direito à crítica e a exposição ao erro de quem decide, com a consideração demagógica e perigosa de que os políticos são todos iguais.
Não são, e as nossas escolhas determinam o rumo que queremos nas diferentes esferas da vida pública. Certamente há vícios e dificuldades sistêmicas que não se mudam ou influenciam da “noite para o dia”.
Mas a atividade política é fundamental para a transformação e os avanços econômicos e sociais. É a oportunidade que temos para expressar e projetar nossas ideias. Não raro, de forma impensada, opinamos focando questões de momento, circunstanciais, sem medir as consequências.
Isso ocorre quando criticamos a própria existência da política; mas, o que seria de nós, cidadãos, sem ela?
Sua ausência é inimaginável e, apesar de óbvio, vale dizer que não é pelo simples fato de exercer tal atividade que o homem ou a mulher se corrompem ou que isso ocorra com todos aqueles que dela participam.
De certo que há diversos fatores causadores do descrédito político em nosso País, mas devemos ter em mente que o acesso à política é livre. Quem quiser dela participar, atendidos os critérios legais, pode assim proceder, desde que tenha propostas melhores às atualmente disponíveis para apresentar à sociedade.
Muitos que deixam profissões e empregos não eram sistematicamente enxovalhados. O problema é que a perspectiva desse enxovalho pode afastar os melhores. Pior, pode nos deixar com os que não se importam com o enxovalho porque estão lá pelas razões erradas, para tratar de interesses particulares em detrimento de melhorar a vida de todos.
Já aqueles que votam têm responsabilidades a assumir por quem ajuda a eleger. Depois não adianta chorar o “leite derramado” caso escolha errado!
Se houvesse acompanhamento rotineiro por nós, eleitores, certamente seria possível que uma parcela cada vez mais significativa da população compreendesse que, mesmo numa época em que as cores partidárias perderam muito da sua autenticidade programática, é possível, sim, perceber diferenças muito claras entre os partidos e as suas lideranças.
Portanto, acredito que a política em nosso País é exercida por homens e mulheres sérios, em sua maioria, sendo que deveríamos reavaliar alguns conceitos e não recorrer à crítica indiscriminada contra tudo o que seja do meio político que, muitas vezes, não só o cidadão anônimo faz, como também até alguns “formadores de opiniões”.
As lideranças que estão na vida pública ou almejam dela fazer parte não são todas iguais, e continuar com esta crença significa nivelar de forma rasteira a atividade política, tornando o processo eleitoral, ao fim e ao cabo, em um mero procedimento burocrático sem sentido.
O pior a fazer é ficarmos limitados às críticas e, mais inapropriado ainda, sem qualquer proposta, porque assim nos tornamos parte do problema e não da solução.
SAMIR NEMER é advogado tributarista
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