Perigo dos emagrecedores em fórmulas que podem custar a vida
Leitores do Jornal A Tribuna
A procura por remédios, chás e fórmulas que promovem, ou prometem promover, o emagrecimento tem aumentado ao longo dos anos. Em busca do peso ideal e do corpo perfeito, pessoas de ambos os sexos e diferentes idades buscam o produto cujos resultados vão ao encontro de seus anseios. Acessam redes sociais e site de busca à procura de soluções que prometem reduzir o apetite e eliminar indesejáveis quilos a mais sem maiores esforços.
Embora existam medicamentos que realmente trazem resultados positivos, quando receitados por um médico e consumidos devidamente, temos visto um lado muito negativo dos efeitos desses produtos considerados promissores.
Um complicador bastante grave é que, a cada dia, surgem mais e mais produtos vendidos como “naturais”, “fitoterápicos”, “sem contraindicação” e com a promessa de resultados satisfatórios em um espaço curto de tempo. Infelizmente, não raros os casos de pessoas que perderam a vida por conta dessas iscas tantas vezes fatais.
A Anvisa proibiu a comercialização de cerca de 140 remédios, incluindo chás e cápsulas para emagrecer, no último dia 8 de março, mas ainda assim é possível encontrar muitos destes produtos à venda.
É extensa a lista de prejuízos que essas medicações sem nenhuma comprovação científica trazem para a saúde. Paralisia dos rins, hepatite, anemia, hipertensão, arritmia cardíaca, infarte e problemas gastrointestinais estão entre as complicações, que podem levar a óbito ou afetar seriamente o funcionamento dos órgãos e trazer sequelas.
Medicamentos com eficácia comprovada são aliados no combate à obesidade e ao sobrepeso, inclusive para pacientes que foram submetidos à cirurgia bariátrica. No entanto, os resultados tão sonhados não chegam na velocidade da nossa expectativa e é por isso que precisamos entender que os processos são necessários. Do contrário, vamos nos deparar com consequências desastrosas e, muitas vezes, irreversíveis.
Perder peso envolve mudança de hábitos, renúncias e, a cima de tudo, a urgência em entender que não existem resultados milagrosos. Muitos confundem a evolução da medicina com alternativas imediatistas, que nada têm a ver com os avanços da ciência alcançados com longos anos de estudos e experimentos comprometidos, acima de tudo, com a vida.
Passar pelas etapas do tratamento é tão importante quanto os resultados que serão alcançados. Recorrer ao tratamento de forma responsável e com médicos e demais profissionais devidamente habilitados é sinal de responsabilidade com a saúde, tão preciosa e insubstituível. O mesmo, contudo, não podemos dizer de soluções aparentemente miraculosas que incitam à automedicação.
Recorrer a soluções fáceis e imediatas é arriscar o que temos de mais inegociável: a vida. E nem sempre existe uma segunda chance para recomeçar e seguir vivendo.
Gibran Sassine é cirurgião do aparelho digestivo.
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