Vencer a covid-19 não é, necessariamente, sinal de que está tudo bem. Isso porque a chamada Síndrome Pós-Covid é real! Ela é marcada por um conjunto de sintomas que podem se manifestar em um período de até quatro meses após a cura da doença.

Por mais que pareça clichê, a alimentação saudável é, de fato, uma grande aliada no combate a esses sintomas. Durante o período de infecção pelo coronavírus, o organismo sofre um processo inflamatório exacerbado. O estado nutricional do paciente, considerando a reserva de vitaminas e minerais que ele possui, por exemplo, influencia nos sintomas e na recuperação dele.

O grande problema é que as pessoas vêm ignorando isso e seguindo na contramão do que é saudável. Em vez de manterem uma alimentação rica em nutrientes, estão consumindo cada vez mais alimentos industrializados.

Pesquisa da Fiocruz em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) mostra que houve um aumento no consumo de alimentos ultraprocessados e de alta densidade energética, como batatas fritas, chocolates e sorvetes.

Além da má alimentação, houve diminuição da prática de atividades físicas, hábitos sedentários se tornaram mais comuns, com mais tempo destinado a televisão, tablet e computador, e o consumo de bebidas alcoólicas e cigarros aumentou. Isso sem falar no aumento dos casos de transtorno de ansiedade generalizada, que, geralmente, leva à compulsão alimentar.

Essa combinação de maus hábitos é um prato cheio para o coronavirus se instalar e potencializar seu efeito devastador, que pode prevalecer, mesmo após o período de infecção, em pessoas consideradas curadas.

Dentre os principais sintomas da Síndrome Pós-Covid, podemos citar fadiga intensa, dores crônicas, doenças hepáticas, fraqueza muscular, dificuldades para respirar, alterações na memória, perda de olfato, tonturas e dores de cabeça, queda de cabelo e estresse pós-traumático.

De modo geral, esses sintomas levam a impactos em diversos setores da vida e afetam a rotina e a produtividade das pessoas.

A inflamação crônica que acompanha essas comorbidades afeta negativamente a função imunológica e os mecanismos de defesa do organismo. Uma alimentação adequada e saudável contribui para a nutrição e para o funcionamento de todos os sistemas do nosso corpo, incluindo o sistema imune.

As principais vitaminas e minerais que fortalecem a nossa imunidade são as vitaminas A, C, D e E, juntamente com os minerais zinco, selênio e cobre.

O acompanhamento nutricional feito por um profissional especializado é de grande valia, principalmente no período posterior à infecção pelo coronavirus, para que a alimentação seja uma aliada no combate às eventuais sequelas provocadas pela doença.

É importante considerar, também, que o fortalecimento do sistema imunológico é reflexo do cuidado integrado com a saúde, com práticas que façam bem ao corpo e à mente, mantendo o equilíbrio saudável.

Edivanda Santana é nutricionista e terapeuta quântica