O sonho do peso ideal e as promessas de ano novo
Leitores do Jornal A Tribuna
A meta de perder peso está na lista de objetivos para o ano novo de muitas pessoas. E infelizmente também figura entre as promessas mais quebradas ao longo do ciclo de 365 dias.
Segundo um estudo do Statistic Brain Research, 50% das pessoas que fazem planos para o ano mudam ideia logo em janeiro, e 27% nem mesmo esperam a virada. O que no início era uma meta carregada de entusiasmo, aos poucos vai dando lugar a outras prioridades e muitas justificativas. Por razões genéticas, falta de disciplina, questões emocionais e outras dificuldades, o objetivo se transforma em frustração.
Apesar do ano novo ser um tempo oportuno para fazer planos, é preciso estar ciente de que algumas mudanças precisam gradativas, pensadas e até repensadas. A obesidade e o sobrepeso são problemas graves, que afetam a autoestima, a saúde física e emocional, podendo desencadear complicações bastante sérias.
Antes de estabelecer alguns propósitos, é preciso ponderar pontos importantes. No caso da tão desejada perda de peso, vale avaliar o que já foi feito para alcançar esse objetivo, destacando o que e porque ele não foi alcançado.
É válido avaliar, portanto, se não é o momento de ir em busca de ajuda profissional ou repensar os tratamentos que já foram feitos em não deram certo. E não importa quantas tentativas foram feitas, agora é focar no presente e nos resultados que poderão ser colhidos no futuro.
Felizmente, a medicina trouxe relevantes avanços no combate à obesidade. Entre eles, no campo da cirurgia bariátrica, que hoje pode ser realizada com mais precisão e de forma bem menos invasiva para o paciente. A cirurgia robótica, por exemplo, desponta entre esses avanços, uma vez que oferece uma série de vantagens aos bariátricos, como recuperação mais rápida, menos riscos de infecções e menos cortes e cicatrizes.
Seja para realizar uma cirurgia, seja para fazer uma dieta rígida ou outros procedimentos, é fundamental estar ciente de que os resultados são gradativos e as etapas vão requerer muito mais que uma empolgação inicial.
Estabelecer metas não depende apenas da vontade. Exige maturidade, renúncia, resiliência e a disposição de se levantar quantas vezes forem necessárias. E, acima de tudo: saber que todo esforço irá valer a pena para quem não desistir.
Em alguns momentos, não haverá entusiasmo e tampouco inspiração para continuar firme. Os velhos hábitos estarão ecoando e implorando para retomarem os seus lugares com as justificativas mais convincentes. O desafio está justamente em buscar fortalecimento para se desconectar um pouco das emoções e priorizar o lado racional, sempre com a convicção de que, se você começou, poderá ir até o fim.
Quase sempre o caminho é longo, mas por mais difícil que pareça a jornada, sempre haverá alternativas. E vale pensar que, ao final do próximo ano, será possível desfrutar de resultados que hoje parecem quase impossíveis. É justamente por isso que as conquistas mais difíceis também são as mais importantes de nossas vidas.
GIBRAN SASSINE é cirurgião do aparelho digestivo.
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