Agricultura é aliada no combate às mudanças climáticas
A Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP26) deste ano, na Escócia, terminou com uma meta audaciosa assinada por 100 países, inclusive pelo Brasil: diminuir o desmatamento das florestas. Contudo, em nosso território, 25,6% de toda a área protegida está em propriedades rurais, de acordo com o Cadastro Ambiental Rural (CAR).
Por isso, é tão necessário que o setor agrícola adote estratégias que protejam o meio ambiente e combatam as mudanças climáticas. Neste contexto, destaca-se a necessidade de utilização de fertilizantes que agregam benefícios à produtividade e ao solo.
Afinal, com produtos com essas características é possível aumentar a produção agrícola das áreas já cultivadas sem a necessidade de abrir de novos campos, permitindo a manutenção de áreas nativas.
O uso de técnicas de manejo que conservem a natureza possibilita a melhora na produtividade das áreas agrícolas, porque o solo com recursos naturais preservados passa a ser um sistema menos exposto a problemas com erosões, por exemplo.
Além disso, a manutenção do sistema produtivo de forma mais intensa e eficiente faz diminuir a emissão de gases prejudiciais ao ar. Isso acontece porque a plantação retém o carbono que iria para a atmosfera.
Ainda dentro das estratégias de estímulo ao desenvolvimento de agricultura sustentável, existe o programa “Agricultura de Baixo Carbono” (ABC), que tem como objetivo estimular as boas práticas na produção agrícola, como o manejo de plantio direto, a recuperação de áreas degradadas e os sistemas de integração lavoura-pecuária.
Na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP26) deste ano, em Glasgow, o programa foi apresentado como uma das principais estratégias de mitigação dos prejuízos dos gases causadores do efeito estufa.
Já a segunda etapa do programa, chamada de ABC+, agrega dois grandes objetivos: a preservação do meio ambiente e a segurança alimentar.
A ideia proposta na Conferência do Clima é, até 2030, disseminar tecnologias para agricultura sustentável para mais 72 milhões de hectares de áreas apenas no Brasil, onde se pratica a agricultura, para promover a diminuição da emissão de aproximadamente 1 bilhão de toneladas de dióxido de carbono.
A agricultura moderna tem tecnologias suficientes para atingir a meta estipulada recentemente na COP26, contribuindo fortemente para a diminuição dos efeitos danosos das mudanças climáticas e na conservação do meio ambiente, com a garantia de produzir alimentos para uma população crescente.
Daniel Pinho é engenheiro de produção com especialização em Petróleo e Gás e diretor-geral da Natufert.