Uma reforma viva com mais amor, união e solidariedade
Leitores do Jornal A Tribuna
Dizem que “recordar é viver”. A História é indispensável para a compreensão do presente e a prospecção do futuro. É retrovisor que baliza movimentos e impulsiona a nossa caminhada. A passagem do Séc. XV para o Século XVI é marcada por mudanças. As artes e a cultura se enriquecem com o Renascimento. Filosofias e teologias se entrelaçam ao Humanismo. As ciências se revolucionam com importantes descobertas. As navegações rasgam os mares e descobrem terras desconhecidas. Intercâmbios universitários favorecem a profusão de ideias, mas nada se compare a criação da imprensa.
Elencar talentosos artistas, grandes inventores, brilhantes cientistas, iluminados pensadores e intelectuais da época constitui-se em um inspirativo desafio.
A Reforma Religiosa do Séc. XVI é simbolicamente datada em 31.10.1517 com a fixação das 95 teses de Lutero, em Wittenberg, Alemanha. Didática e sinteticamente, há cinco manifestações da reforma:
Reforma Luterana, liderada pelo monge agostiniano Martinho Lutero, considerado o pai do protestantismo histórico e da Igreja Luterana;
Reforma Reformada, tendo como protagonistas Zwinglio e João Calvino ocorre na Suíça, de onde se originam as igrejas reformadas e presbiterianas.
Reforma Anglicana, por iniciativa do Rei Henrique VIII que desejando um novo casamento criou a Igreja da Inglaterra ou Anglicana, de onde se origina também a Igreja Metodista;
Reforma Radical ou Anabatista que adota amplas reformas e funda comunidades autônomas;
Reforma Católica ou Contrarreforma, uma reação de Roma que convoca o Concílio de Trento e funda a Cia. de Jesus (jesuítas), com S. Inácio de Loyola.
Os “protestantes” defendem como princípios fundamentais da Reforma: (1)A Bíblia, como único manual de fé e conduta dos cristãos; (2) A justificação de Graça de Deus por meio da fé; (3) O sacerdócio universal dos cristãos.
Passam-se 504 anos desde a histórica data. A igreja recebeu um grande legado e ainda é influenciada pelos ideais dos que pretendiam renovar e não dividir a igreja. Eles também defendiam: “igreja reformada sempre se reformando”. A igreja é um organismo vivo e dinâmico que ainda carece de reformas para cumprir sua missão como agência do reino!
Vivemos lamentáveis tempos de radicalismos, polarizações e intolerâncias. As igrejas devem reerguer a bandeira da fé, do amor e da paz que vencem o medo, a indiferença, os distanciamentos.
Em vez de ódio e divisões, as igrejas devem priorizar em suas agendas ações concretas em favor dos muitos que sofrem. Nesse complexo e delicado momento da História, Deus pede de todos: mais amor, união e solidariedade!
WILSON EMERICK é pastor protestante e gestor educacional, mestre em Ciências Sociais e Religião.
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