Tecnologia e segurança no atendimento em telemedicina
Leitores do Jornal A Tribuna
Apesar de apenas recentemente ter maior visibilidade e divulgação, a telemedicina não é algo novo. Data de 1967 o primeiro serviço estruturado para prestação de assistência médica remota, com a conexão entre o Hospital Geral de Massachusetts e o Aeroporto de Boston a fim de atender eventos adversos graves em clientes do aeroporto. A partir dessa iniciativa, novos serviços estruturados foram desenvolvidos e adequados à demanda do local.
A evolução dos recursos tecnológicos, permitiu que fossem criados novos modelos de telemedicina, sendo os principais: Internet de banda larga; internet 4G; aumento de processamento dos dispositivos; armazenamento em nuvem; sensores biométricos e câmera de alta resolução.
Com a recente experiência da falta de assistência à doentes crônicos pela pandemia do Sars COV 2, a telemedicina foi introduzida de maneira forçada à população, sendo a sua utilização imposta pela restrição à doentes com comorbidades, porém um índice de aprovação de cerca de 90% surpreende as operadoras de saúde que implementaram a telemedicina como serviço de atendimento para urgência e emergência assim como atendimentos eletivos.
Hoje, as teleconsultas estão habilitadas por regulamentações provisórias impostas pelo Ministério da Saúde enquanto durar a pandemia, porém o Conselho Federal de Medicina está debatendo o tema de forma célere a fim de aprovar uma regulamentação atual sobre o tema.
Como a teleconsulta é novidade na área da saúde, a maior barreira imposta para a proliferação da modalidade é cultural profissional de saúde e também o caso de alguns pacientes que preferem o método presencial por ser a forma com a qual já estão acostumados. Porém, há de se analisar os diversos cenários possíveis onde ela traz conforto e resolutividade. Idosos com dificuldade de locomoção, crianças e pacientes localizados em locais remotos são exemplos clássicos de como a telemedicina atua com grande aceitação.
Nesse contexto, a segurança é algo importante no atendimento, sendo a confidencialidade um preceito inviolável à prática médica, assim como a privacidade dos dados pessoais. Tanto o profissional médico como o paciente devem se identificar ao início da consulta, porém não há necessidade ou obrigatoriedade da gravação do atendimento, tampouco o armazenamento da consulta gravada, apenas o registro em prontuário do atendimento, como em um atendimento presencial. Há ainda situações, nas quais o paciente prefere não sair de casa pelo desconforto da doença, como no caso de gastroenterites optando pela teleconsulta ao invés de se deslocar ao hospital.
A telemedicina tem assim várias áreas de atuação, sendo a teleconsulta uma de suas vertentes, a qual ainda tem potencial enorme de expansão e melhoria da qualidade do serviço prestado.
NILO NETO é ortopedista especializado em ombro e cotovelo.
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