80 anos de história em um único bairro
Prestes a completar 100 anos de idade, Yolanda Castaño de Mattos mora no centro de Vitória desde os 20
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As histórias de quase um século de vida da aposentada Yolanda Castaño de Mattos, de 99 anos, atravessam as transformações da sociedade capixaba. Prestes a se tornar centenária, no próximo dia 19, a aposentada conheceu o mundo, mas tem orgulho de sempre voltar ao centro de Vitória. “Dos meus 100 anos de vida, 80 foram no Centro”.
O crescimento do Porto de Vitória, o avanço das construções urbanísticas sobre o mar e até a construção das pontes que ligam a capital às cidades vizinhas foram fatos marcantes observados pelos olhos da aposentada.
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Na memória de Yolanda, o Centro é um personagem cheio de vida, atuante e protagonista dos afetos construídos durante uma vida inteira. Nos longos anos de vida, a idosa visitou a Europa, a Ásia e a África, mas é enfática: para ela, não há lugar como o centro da capital capixaba.
“Nasci em Pendanga, em Ibiraçu, mas meu lar é o Centro. Aqui, me casei aos 16 anos, tive meus dois filhos e construí minha família. Tenho muitas memórias do Parque Moscoso e da Vila Rubim. Sempre gostei de morar no Centro”, conta.
Entre as histórias de família, contadas pelo filho de Yolanda, Sam Mattos Junior, e compartilhadas com a nora da idosa, Sílvia Martinewski, há a lembrança de que dona Yolanda foi a primeira moradora da região central da capital a comprar uma geladeira e a ter um telefone fixo.
“Vivemos histórias inesquecíveis no centro de Vitória. Se minha mãe se candidatasse a vereadora, tenho certeza que, aos 100 anos, ela seria eleita. Com anos de vivência na região, é conhecida em qualquer lugar que vá. Todos têm muito respeito pela história dela”, conta.
As memórias da dedicação de uma vida construída no centro de Vitória, nas ruas do Vintém e Graciliano Ramos, são como um tesouro para dona Yolanda. Atuante na Primeira Igreja Batista de Vitória há mais de 80 anos, ela prestou apoio a diversas ações sociais da igreja aos moradores do Centro.
Para o futuro, dona Yolanda espera que a memória do berço de Vitória seja cada vez mais lembrada e respeitada. O legado do Centro para a cultura capixaba é imensurável, opina, e, por isso, a expectativa dela é de que a região tenha sempre um espaço na memória afetiva de todos.
Assista a reportagem da TV Tribuna/SBT
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