Motociclistas são 80% das vítimas de acidentes
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Mesmo num semestre marcado pela pandemia e pela redução do número de veículos nas ruas, especialmente entre os meses de março e maio, os dados assustam: 79% dos benefícios pagos pelo seguro DPVAT por morte, invalidez ou custos hospitalares gerados por acidentes de trânsito se referem a motociclistas.
Ao todo, foram 125 mil benefícios pagos no País, entre os quais 2.471 no Espírito Santo. Os motociclistas são também o maior número de vítimas fatais, representando 8.128 mortes em todo o País.
Os dados, divulgados pela Seguradora Líder, que responde pelo DPVAT, indicam ainda que muitos dos que sobrevivem ficam com algum tipo de invalidez permanente – um total de 90.581 indenizações – ou precisam arcar com despesas médicas e suplementares após o acidente (26.686 pagamentos representam valores referentes a reembolsos desse custo).
Os números servem de alerta. Em geral, a maior parte de todos os acidentes de trânsito, seja com motos ou automóveis, é causada por fatores relacionados à imprudência. Quem vive a realidade do trânsito no dia a dia confirma e reconhece a maior vulnerabilidade do motociclista nesse contexto.
“O motociclista fica mais exposto e, portanto, mais sujeito às consequências de um acidente. É fundamental a conscientização de que o trânsito é responsabilidade de todos os que dele participam. Por isso, realizamos ações educativas e pit stops, envolvendo sempre motoristas, motociclistas, ciclistas e pedestres”, afirma André Beltrane, gestor de Atendimento da RodoSol.
As estatísticas também comprovam a percepção. Apesar de representarem 27% da frota nacional, as motos respondem por quase 80% dos sinistros. Além disso, em 2019, as ocorrências com motociclistas representaram 50% do número total de mortes e 75% dos casos de invalidez permanente e do pagamento de despesas médicas.
Previna-se na cidade ou na estrada
- Ao usar a motocicleta para locomoção ou como instrumento de trabalho, reflita e adote hábitos de pilotagem defensiva, usando equipamentos de segurança, não usando “corredores” e nem fazendo ultrapassagens pela direita ou indevidas.
- O uso do capacete não é apenas uma dica de segurança, mas uma obrigatoriedade do ponto de vista legal. Motociclistas e garupas sem capacete podem receber multas, além de deixarem vulneráveis a região craniana, o rosto e o maxilar em caso de queda
- O uso do capacete diminui em 29% o risco de lesões fatais na região da cabeça e em 67% a chance de traumatismos cranianos.
- Os capacetes devem estar dentro da validade e ter o selo do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), pois essa certificação garante a sua eficácia nos choques mais bruscos.
- Capacetes do tipo coquinhos não protegem a nuca.
- É importante usar calças e jaquetas resistentes, calçados reforçados e luvas, preferencialmente de couro.
- Mantenha-se visível. Por estar em situação mais vulnerável, o motociclista deve redobrar o cuidado para evitar os “pontos cegos” dos carros. Outras dicas são manter faróis ligados durante o dia e à noite e usar roupas claras ou chamativas.
- Respeite os limites de velocidade. Não faça de sua moto uma arma contra você mesmo e o outro.
- Ao frear, utilize tantos manetes quanto o pedal. Na frenagem, o peso da moto cai sobre a roda da frente e o motociclista corre o risco de perder o controle sobre o veículo. Ao acionar somente o freio da frente, a moto perde a aderência traseira. O cuidado deve ser ainda maior em dias de chuva.
- Conheça a moto que utiliza e suas particularidades.
- Mantenha em dia a manutenção. Calibragem dos pneus, sistema elétrico, freios e combustível devem ser verificados, bem como retrovisores e óleos.
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