Transformação Digital x Homo Cyber
Em tempo de pandemia do Covid-19 e, consequentemente, orientações de autoridades médicas e governamentais de isolamento social, acelera-se, em todo o mundo, o processo de transformação digital.
Cada vez mais, veremos diminuir a necessidade da presença física das pessoas para realizar as atividades da vida moderna. Educação, saúde, trabalho, entretenimento, negócios, emissão de contratos, documentos e até casamentos já podem ser feitos on-line.
Nesta semana, o Estado de Nova York, forçado pela largo índice de contaminação pelo Corona vírus, autorizou o casamento por meio de plataforma de videoconferência, a novidade foi anunciada por Andrew Cuomo, Governador do Estado. Essas e outras iniciativas, como consultas médicas e psicológicas, sessões legislativas e de governantes das esferas estaduais e municipais, entrevistas coletivas, reuniões de trabalho, aulas on-line e tantas outras tarefas do dia a dia estão amplamente sendo realizadas por meio das ferramentas da tecnologia da informação.
Já estamos em pleno processo de transformação digital, o que será intensificado nos próximos anos e que está sendo impulsionado pela triste pandemia do Corona vírus. Praticamente, toda atividade humana, e a esfera política não ficará de fora, será impactada por esse processo de virtualização das nossas relações. Em 2018, testemunhamos a capacidade decisiva do uso do meio digital nas campanhas políticas, o político que não se adequar perderá espaço junto aos eleitores, que estão permanentemente conectados.
O tapinha nas costas do eleitor, dados pelos políticos, antes limitado a um lugar e a uma pessoa por vez, será agora distribuído sem limites de espaço geográfico e de quantidade de pessoas, tudo agora no mundo virtual.
Da pior forma possível, alavancados pela atual crise pandêmica, avançamos seguindo os passos da Estónia, pequeno país europeu onde o cidadão realiza praticamente tudo sem sair de casa, desde a abertura de uma empresa até o exercício do direito ao voto. Somente três situações ainda exigem a presença física dos estónios, o casamento, o divórcio e a transferência de imóveis.
Em breve, muito breve, nossas relações e interações estarão todas no ambiente digital, nossa sociedade está passando por uma transformação única, se considerarmos a velocidade e os efeitos por ela gerados. Ficaremos cada vez mais dependentes da tecnologia da informação, divididos entre as facilidades que ela oferece e o preço cobrado, ao tornar nossa vida cada vez mais complexa.
Todos esses avanços, aliados à Inteligência Artificial, tornarão a nossa sociedade verdadeiramente digital a ponto de ser difícil identificar se é uma pessoa ou uma máquina que interage do outro lado da conexão, fazendo com que, cada vez mais, tenhamos a impressão de estarmos evoluindo para uma nova espécie dominante sobre o planeta: o “homo cyber”.