Sexy, famosa, guerreira e cheia de atitude
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Lais Ribeiro, 30, é um dos principais nomes da moda internacional. A morena, dona de curvas e de uma sensualidade inquestionávies, tem título de Angel, faz campanhas publicitárias para grandes marcas e, quando pisa na passarela, é um acontecimento.

Na última quinta (19), levou sua beleza e desenvoltura até a Premiére do Grammy Latino, no qual foi apresentadora.
Apesar de toda essa exuberância, modelar não fazia parte dos seus sonhos. Ainda pequena, lá na cidadezinha de Miguel Alves, Lais queria mesmo era ser enfermeira. E sempre esteve pronta para batalha.
Hoje, quem a vê circulando pela elite da moda mundial, sendo a única angel brasileira da Victoria's Secret, demora a acreditar que a morena já vendeu galões de água para ajudar em casa. Para essa caçula de três filhos de uma professora de Português e um servidor público, tranquilo.
“Eram formas de ajudar em casa, então, fazíamos de bom grado. Ver minha família bem é algo que te motiva, por isso não medíamos esforços e fazíamos o que era necessário”, explica ao AT2.
Dessa época para cá, muita coisa mudou. Inclusive a própria Lais, que há 10 anos mora nos Estados Unidos, atualmente com o noivo, o jogador de basquete Joakim Noah, 35, e o filho Alexandre, 11.
Ela chegou lá após vencer um concurso promovido por uma agência de modelos. Uma amiga a motivou. Mas suas lembranças e seu coração continuam brasileiros.
“Eu só guardo lembranças lindas de minha infância e do meu amado Piauí. Cresci rodeada por natureza, brincando com os amigos na rua. Me mudei por conta do trabalho, mas minha raiz sempre estará no Brasil”, garante Lais.
“Autismo não é impeditivo”, Lais ribeiro modelo
AT2: É do tipo que se joga com o pensamento “vai dar tudo certo” ou anda sempre com cautela?
Lais Ribeiro: Procuro sempre balancear a razão e a emoção. O “vai dar tudo certo” tem seu poder, você precisa pensar positivamente, mas tem que existir um equilíbrio em conjunto com a parte racional. Um bom planejamento e uma dose de otimismo são o casamento mais equilibrado.
AT2: É uma top de sucesso. Quando era “uma garota pequena lá no Piauí”, sonhava com tudo o que alcançou?
Lais Ribeiro: Eu sonhava em ser enfermeira. A moda não era algo que fazia parte da minha rotina, aconteceu. As oportunidades foram surgindo, fui avaliando tudo com cautela, e vi que eram possibilidades concretas, que podiam me ajudar a construir um futuro melhor, especialmente para o meu filho.
AT2: Representando a dobradinha razão e emoção...
Lais Ribeiro: Sim. Fui adiante e resolvi ir abraçando as oportunidades que surgiam. E hoje, alguns anos depois, estou aqui, e amo o que faço. Mesmo que tenha sido uma inesperada surpresa, tornou-se uma carreira que amo e que me ajuda a realizar coisas que acredito.
Lais Ribeiro: O meu filho é uma das maiores motivações que tive na minha vida. Muito do que enfrentei teve ele como a principal motivação em meus pensamentos. O Alexandre me trouxe novas formas de enxergar o mundo. Me fez evoluir. Vê-lo crescer me enche de alegria.
AT2: E você acabou virando uma porta-voz do autismo. A necessidade de apoio e informação foi determinante para tomar essa frente?
Lais Ribeiro: Sem dúvida, a informação é transformadora em muitas situações, e não foi diferente quando recebi o diagnóstico do Alexandre. No começo, você não tem informação suficiente para saber como lidar. Então, existe um período até que possa entender um pouco mais sobre a situação e lidar com ela. O autismo não é um impeditivo.
O Alexandre me traz visões diferentes do mundo, e isso só me fez evoluir e buscar enxergar o mundo pelo mesmo olhar que ele enxerga. Passei a ver a vida positivamente.
O QUE ELA DIZ
“Reciclagem de nós mesmos”
“Esta nova realidade mostra muito da nossa fragilidade, do impacto que causamos. Somos tão passageiros e pequenos diante de tudo isso que se coloca diante de nós que só nos cabe buscar uma reciclagem de nós mesmos”, afirma Lais.
Racismo
“Acredito que existem causas universais. Então, temos que nos engajar de alguma forma, para que exista um movimento positivo. O preconceito – seja racial, de gênero, religioso, qualquer que seja – não cabe mais na nossa sociedade, e por isso precisa ser combatido e debatido, para que, didaticamente, a gente possa transformar cenários tão discriminatórios, que ainda são tão presentes”.
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