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Esportes

Sem futebol, jogadores do Estado driblam a crise com outras profissões


Imagem ilustrativa da imagem Sem futebol, jogadores do Estado driblam a crise com outras profissões
|  Foto: Fábio Nunes/AT

Há pouco mais de dois meses, alguns deles estavam em campo, garantindo a classificação de suas equipes para as quartas de final do Capixabão. Hoje, jogadores do Estado estão precisando se readaptar, não em uma nova posição dentro de campo, mas sim em outra função fora dos gramados.  

Para conseguirem levar o sustento para dentro de casa, muitos tiverem que correr atrás de outro emprego. Isso porque a maioria dos contratos dos clubes do futebol capixaba se encerrou e, com isso, os salários não estão sendo pagos na crise causada pela pandemia do novo coronavírus.  

Acostumado a balançar as redes e fazer a torcida vibrar nas arquibancadas, o atacante Diego Alves, que encerrou recentemente seu contrato com o Serra, está vendendo roupas masculinas. Ele tem uma loja virtual pelo Instagram, a 4 Kings Store, e vai ao encontro dos clientes com máscara e álcool em gel para vender os produtos.  

“Minha mulher tem uma loja de roupas feminina e antes de ser mandando embora, eu consegui comprar umas peças e isso está me ajudando um pouquinho. Era para ser uma renda a mais, além do futebol, agora está sendo a minha renda principal, mas ainda não estou conseguindo tirar o que tirava com o futebol”, conta o atacante, de 27 anos.  

Companheiro dele no Serra, o zagueiro Marco Antônio, de 36 anos, também precisou encontrar uma outra forma de se sustentar. O defensor, que também já atuou por outros clubes capixabas, como Rio Branco e Vitória, virou “personal soccer” e passou a dar aulas sobre fundamentos do futebol no bairro Nova Carapina 2, na Serra, respeitando as normas estabelecidas, como número reduzido de clientes por horário, distanciamento, máscara e álcool em gel. 

“Consegui tirar o certificado de instrutor técnico de futebol e montei esse negócio. Ainda não chega perto do que eu ganhava no Serra, mas minha mulher trabalha também e graças a Deus não está faltando nada”, conta.  

A bola no Estado está parada desde o dia 17 de março e não tem prazo para voltar a rolar, mas os clubes acordaram em encerar a disputa do Capixabão dentro de campo.  

“O que tem conversado, mas nada concreto, é que quando houvesse a possibilidade de retorno das aulas no Estado, a gente poderia começar a vislumbrar o retorno do futebol, mas isso será definido pela Secretaria de Estado de Saúde”, explica o presidente da Federação de Futebol do Espírito Santo, Gustavo Vieira.  

Zagueiro e goleiro pegam firme na roça

Imagem ilustrativa da imagem Sem futebol, jogadores do Estado driblam a crise com outras profissões
|  Foto: Acervo pessoal

Companheiros de defesa no Capixabão, pelo Rio Branco de Venda Nova, o zagueiro Rafael Olioza e o goleiro Giovani Perim estão defendendo o sustento da família trabalhando na roça, nesta pandemia do novo coronavírus.  

O goleiro, de 38 anos, também é advogado. Entretanto, como não está conseguindo tirar dinheiro com suas duas principais profissões, ele resolveu trabalhar com os pais na propriedade da família, que planta e vende café e mexerica ponkan, em Venda Nova. 

“Quem tem a possibilidade de ter algum trabalho na agricultura está conseguindo se manter, mas não está fácil. Estamos vendendo mexerica na cidade, mas como as pessoas estão em casa não está vendendo tanto, e o café vamos começar a vender daqui a uns 15 dias. E está muito frio em Venda Nova, não é fácil mexer com água às 6 horas (risos)”, brinca Giovani, que trabalhava na roça com a família até os 16 anos, antes de virar goleiro profissional.

Campeão capixaba pelo Rio Branco, em 2015, e pela Desportiva, em 2016, o baiano Olioza, de 29 anos, está trabalhando com o sogro na colheita e venda de banana em Alfredo Chaves, como costuma fazer entre um campeonato e outro, quando está sem clube.  

“Estou trabalhando porque tenho uma filha (Rafaela) de um mês e meio, estou desempregado, não estou recebendo e não consegui o auxílio do governo. Estou embalando banana e vendendo no Ceasa”, explica o zagueiro.   

“O futebol a gente faz com amor, agora trabalhar na roça não é mole não, é duro, mas a gente necessita de trabalhar e não escolhe serviço”, compara.  

Diversão vira fonte de renda com fabricação e venda de pipas

Imagem ilustrativa da imagem Sem futebol, jogadores do Estado driblam a crise com outras profissões
|  Foto: Acervo pessoal

De uma diversão para a quarentena, surgiu uma fonte de renda para o volante Jefferson, o Jeffin Rafino, que disputou o Capixabão pela Desportiva Ferroviária. O mineiro está fabricando e vendendo pipas em Ubá (MG) e está, inclusive, criando emprego.  

“O clube acertou tudo direitinho com a gente, mas não tem ninguém contratando. Eu encontrei uma forma de renda fazendo pipa em casa. Começou mais para minha diversão, mas muita gente começou a pedir”, conta o volante, de 25 anos.  

Ele vende de 1 mil a 2 mil pipas por semana, no valor de R$ 1,20. Jefferson aprendeu a fazer pipa na infância, pela internet, mas contratou dois ajudantes para a produção intensa. 

Imagem ilustrativa da imagem Sem futebol, jogadores do Estado driblam a crise com outras profissões
|  Foto: Acervo pessoal

Outro jogador que disputou o Capixabão pela Locomotiva Grená também está trabalhando no seu Estado natal: o lateral-esquerdo paulista Lucas Esidio, de 26 anos.

“Estou trabalhando em uma loja de peças de carro de um amigo do meu pai. Trabalho aqui sempre que estou parado. A maioria dos jogadores que conheço aqui em São Paulo está correndo atrás de algum jeito, trabalhando de Uber, ajudando a família”, conta Lucas, que fala sobre o desejo de voltar a jogar futebol.

“A gente tem que pensar em voltar o mais rápido possível, mas tem que voltar com segurança. Se for para voltar com portões fechados, que seja assim”, ressalta.

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