Você sabe como anda a saúde da sua visão?
Especialistas explicam que para acompanhar a situação dos olhos é preciso se consultar com o oftalmologista uma vez ao ano
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Você sabia que a maioria dos casos de cegueira podem ser evitados? Médicos explicam que, para isso, é fundamental a pessoa ir a consultas oftalmológicas regulares.
O assunto ganha destaque com a campanha Abril Marrom, ação nacional de conscientização voltada para a prevenção do problema e à promoção da saúde ocular.
Mas por que o acompanhamento médico é tão importante? Segundo César Ronaldo Filho, cirurgião do Hospital de Olhos Vitória, várias doenças que podem levar à cegueira não apresentam nenhum sinal ou sintoma, como o glaucoma.
Ao longo de sua progressão, o paciente pode não sentir nada, e quando começa a sentir, seu quadro pode já estar avançado.
“A única maneira de prevenirmos é com consultas regulares. Não estou falando de exames ultrassofisticados. Uma consulta de rotina para medir a pressão do olho, conferir o grau e fazer um exame de fundo de olho já é o suficiente”, afirmou o profissional.
Com o diagnóstico, o paciente pode tratar o problema e se prevenir da perda de visão.
O oftalmologista Pedro Trés Vieira Gomes pontuou que as causas para a cegueira podem ser classificadas em congênitas (desde o nascimento), adquiridas ao longo da vida ou relacionadas a traumas.
Além do glaucoma, mencionado por César, ele citou alguns motivos que podem desencadear a perda de visão: catarata; retinopatia diabética, que é um efeito colateral grave do diabetes que danifica a retina; degeneração macular relacionada à idade (DMRI), que afeta a visão central, principalmente em idosos; e também tracoma, que é a principal causa de cegueira infecciosa.
Quando se tem essas condições, seria possível revertê-las? Pedro disse que em muitos casos sim.
“A catarata tem tratamento cirúrgico eficaz, já o glaucoma pode ser controlado com colírios ou cirurgias para reduzir a pressão ocular. A retinopatia diabética pode ser evitada com controle rigoroso da glicemia e exames regulares. Já a DMRI tem medicamentos que ajudam a retardar a progressão da doença”.
Sobre as condições genéticas, o médico disse que ainda não têm cura, mas a reabilitação visual e as tecnologias assistivas melhoram a qualidade de vida do paciente.
Por fim, ele pontuou que acidentes, queimaduras químicas ou perfurações podem causar comprometimento da visão. “Traumas podem ser prevenidos com o uso de óculos de proteção”.
“Exijam o Teste do Olhinho nos bebês”

Por conta de um diagnóstico tardio, Elizabeth Mutz Nascimento, de 45 anos, não enxerga nada de um olho e, no outro, possui somente 20% da visão. Ela tem deficiência visual desde a primeira infância, devido à catarata congênita.
“Mesmo as cirurgias realizadas não foram suficientes para corrigir o problema”, contou.
Coordenadora administrativa do Instituto Luiz Braille, em Vitória, Elizabeth acredita ser muito importante a conscientização da população a respeito dos cuidados com os olhos, órgãos tão importantes.
“Eu recomendo que as pessoas levem as crianças e exijam na maternidade o Teste do Olhinho (que avalia a visão dos recém-nascidos). Que tenham esse cuidado de estar sempre consultando o oftalmologista e buscando os procedimentos adequados”.
Fique por dentro
Dados sobre cegueira
• 90%dos casos de cegueira ocorrem nas áreas pobres do mundo.
• 90% dos casos de deficiência visual são preveníveis ou tratáveis.
• 55% dos casos de deficiência visual são em mulheres.
• 40% das cegueiras têm conotação genética (são hereditárias).
• 25% das cegueiras têm causa infecciosa.
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