Vírus “fora de época” deixa médicos e pais em alerta
Hospitais do Estado estão registrando aumento no número de casos de doenças respiratórias que são mais comuns no outono
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Um vírus que causa, inicialmente, uma simples gripe, mas que pode levar à internação hospitalar de crianças, tem preocupado pais e médicos pelo País. Estados brasileiros, incluindo o Espírito Santo, têm registrado aumento na quantidade de diagnósticos do vírus sincicial respiratório (VSR).
A pneumologista e alergista pediátrico Carolina Strauss explica que, embora a circulação do vírus possa ocorrer o ano todo, o pico de casos no Espírito Santo se dá no outono, em especial em abril e maio.
“O vírus circula durante todo o ano, mas desde o final de 2021 estamos observando uma maior circulação de vírus respiratórios, inclusive do VSR, em épocas fora da ‘sazonalidade’”, comentou.
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De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), os estados de São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e o Distrito Federal apresentaram aumento da prevalência do VSR entre os dias 25 e 31 de dezembro do ano passado. Além do Espírito Santo, a maior presença do vírus também foi notificada em Minas Gerais e Roraima.
Para a pediatra Bruna de Paula, a mudança pode ser reflexo dos anos de pandemia de covid-19. “Pode ter relação com o comportamento pós-pandemia. As pessoas estão começando a circular mais, tendo mais contato e ficando mais sem máscara”, apontou.
A atenção especial, segundo os médicos, deve ser dada às crianças menores de dois anos, principalmente aquelas de até seis meses de idade.
Sintomas de um resfriado comum, como coriza, febre e tosse, podem evoluir em questão de três ou quatro dias, acendendo o alerta para o acometimento pulmonar dos pequenos, em razão de bronquiolite, por exemplo.
As medidas de higiene e cuidado pessoal, tão difundidas durante a pandemia, continuam sendo aliadas. “Às vezes, o adulto tem contato com germes e os leva para dentro de casa”, alertou Bruna.
Carolina Strauss concorda que a responsabilidade de pais e responsáveis é indispensável. “Pais de bebês pequenos devem evitar contato com pessoas gripadas”.
Importância do acompanhamento
A pediatra Camila Mendes aponta que o vírus pode levar a altas taxas de internação em crianças pequenas.
“Tivemos circulação de vírus sincicial, influenza e covid juntos. Todos eles podem causar bronquiolite, sendo o sincicial o mais grave”, apontou. Seja qual for o vírus, o acompanhamento pediátrico é essencial.
A pequena Cecília, de sete meses, teve bronquiolite aos cinco meses de vida. “Ela não precisou ser internada, mas ficou sob cuidados. É muito importante ter esse acompanhamento”, contou a mãe, Vanessa Madureira, 33, que também é pediatra.
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SAIBA MAIS
Vírus Sincicial Respiratório
Os sintomas são de um resfriado comum, como coriza, febre e tosse. Em crianças pequenas, pode causar bronquiolite viral aguda.
Tratamento
Consiste em hidratação, lavagem de nariz e acompanhamento pelo pediatra.
Para bebês de maior risco (prematuros ou com problemas cardíacos ou pulmonares), há um anticorpo, chamado palivizumabe. Trata-se de uma injeção aplicada ao longo de cinco meses, uma vez por mês. Há oferta pelo SUS, mas apenas para os casos determinados.
Prevenção
Atenção especial aos recém-nascidos, principalmente nos momentos de visita.
Manter cuidados de higiene pessoal, como lavar as mãos constantemente.
Fonte: Especialistas consultados.
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