Casos de herpes crescem 35% no Brasil
Especialistas afirmam que aumento de casos pode ter relação com a covid-19. Imunidade baixa também tem influência
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Infecção viral que atinge principalmente pessoas com alterações emocionais e imunidade baixa, a herpes-zóster vem fazendo novas vítimas no País.
Um estudo realizado pela Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) apontou um aumento de 35% nos casos da doença durante os dois primeiros anos da pandemia de covid-19. E ainda hoje, após a fase crítica, o número de casos continua chamando atenção tanto na rede pública quanto particular.
Professor e infectologista do Departamento de Clínica Médica da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Paulo Peçanha revela que qualquer doença que altere o equilíbrio do sistema imune pode reativar ou levar às pessoas a desenvolverem herpes-zóster.
“Percebi um aumento de pacientes com herpes-zóster em meu consultório durante a pandemia. O isolamento pelo qual as pessoas passaram durante a pandemia também podem ter interferido no sistema imune e reativado a doença”, ressalta.
Peçanha lembra que todas as pessoas que tiveram catapora na infância são candidatas a ter herpes-zóster no futuro.
A dermatologista Hannah Cade afirma que o principal sintoma da doença é o aparecimento de bolhas vermelhas acompanhadas de ardência no local. “As bolhas estouram formando uma casquinha que lesiona a pele”.
Ao notar os sintomas, o paciente deve comparecer a uma unidade de saúde para fazer o diagnóstico da doença, que é contagiosa.
A dermatologista Karina Mazzini acrescenta que o vírus pode ser transmitido através da secreção que sai das pequenas bolhas. “Em alguns casos raros, ela ocorre através das secreções respiratórias. É importante ter cuidado para não contaminar outras pessoas”.
Porém, a melhor forma de evitar a doença é através da vacina que é aplicada em dose única e só está disponível na rede particular. Ela é indicada para pessoas com mais de 50 anos mesmo que já tenham tido a doença.
A orientação é aguardar um ano após ter tido o quadro agudo. A vacina evita o retorno da doença por até três anos. Pessoas com alergia grave a algum componente da vacina, imunodeprimidas, gestantes, ou com tuberculose não tratada, não devem tomar a vacina.
Saiba mais
Maioria tem mais de 50 anos
O que é
Herpes, ou cobreiro, é uma doença causada pelo Vírus Varicela-Zóster (VVZ), o mesmo que causa também a catapora. Esse vírus permanece em latência durante toda a vida da pessoa. A reativação ocorre na idade adulta ou em pessoas com comprometimento imunológico, como os portadores de doenças crônicas (hipertensão, diabetes), câncer, Aids, transplantados e outras.
Sintomas
Na maior parte dos casos, antecedem às lesões cutâneas (na pele) os seguintes sintomas: dores nevrálgicas (nos nervos), parestesias (formigamento, agulhadas, adormecimento, pressão, etc), ardor e coceira locais, febre, dor de cabeça e mal-estar.
Prevenção
As principais medidas de prevenção e controle contra a disseminação do Vírus Varicela-Zóster são:
Vacinação;
Lavar as mãos após tocar nas lesões;
Isolamento: crianças com varicela não complicada só devem retornar à escola após todas as lesões terem evoluído para crostas. Crianças imunodeprimidas ou que apresentam curso clínico prolongado só deverão retornar às atividades após o término da erupção vesicular;
Pacientes internados: isolamento de contato e respiratório até a fase de crosta;
(*) A doença pode atingir pacientes de todas as idades, como aconteceu com o cantor Justin Bieber, mas afeta principalmente quem tem mais de 50 anos.
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