Vinte pesquisas para melhorar a saúde e facilitar o dia a dia
Estudos foram feitos em parceria com universidades internacionais, faculdades e hospitais do Espírito Santo
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Robô para ajudar crianças com autismo, tijolos de retalhos de tecido, tratamentos de pele com café e drones que fazem entregas sozinhos fazem parte de algumas pesquisas feitas no Estado para facilitar o dia a dia e melhorar a saúde da população.
A reportagem de A Tribuna fez um levantamento de 20 estudos produzidos em parceria com universidades, faculdades e hospitais do Espírito Santo.
Uma das pesquisas, que pode ajudar pacientes com sequelas de Acidente Vascular Cerebral (AVC), por exemplo, é o exoesqueleto. Ele foi desenvolvido no LabGuará, laboratório com pesquisas na área de robótica e biomecânica da Ufes.
“Esse equipamento tem como objetivo ajudar a reabilitar o movimento do braço dessas pessoas. São realizados movimentos no cotovelo, antebraço e abertura e fechamento da mão. Nós estamos usando sinais biológicos, dos músculos e do cérebro para ajudar no processo de reabilitação”, explica o coordenador da pesquisa, o professor Rafhael Andrade.
No Ifes de Vitória, a professora Mariana Rampinelli Fernandes coordena uma pesquisa em parceria com a Ufes e o Crefes que tem o objetivo de desenvolver um software com câmeras para fazer análise de marcha, ou seja, de como caminham as pessoas que têm membro inferior amputado.
“Com o software, a ideia é gerar dados e imagens para fazer a análise de inclinação do corpo, pisada, etc. Isso vai permitir, inclusive, avaliações a distância. Com os pontos importantes da marcha do paciente capturados por mais câmeras, fazemos uma reconstrução 3D no programa e conseguimos perceber vários dados de forma mais precisa”.
Já no projeto “ZAP: Adote um velho amigo”, desenvolvida na UCL, a preocupação é com a saúde mental dos idosos. De acordo com o professor João Paulo Machado Chamon, o projeto buscou uma alternativa para reduzir a solidão vivenciada por parte dos idosos.
“O ZAP busca ser uma ferramenta simples e funcional para idosos, mesmo aqueles que não têm familiaridade com a tecnologia. Apertando apenas um botão, o idoso entra em contato com um voluntário cadastrado na plataforma para conversar”.
SAIBA MAIS SOBRE AS PESQUISAS
1. Robô Maria
A Maria T21 foi criada em 2020 como projeto de doutorado na Ufes pelo professor João Panceri. Ele contou que sugeriu a criação de uma nova versão do Robô Maria que fosse focado tanto em crianças com autismo quanto em síndrome de Down.
“Por isso o T21, que significa a causa da síndrome de Down, a trissomia do cromossomo 21. A Maria consegue ser uma ferramenta que auxilia nas terapias, mas também pode avaliar a evolução de cada criança”, explica.
O Maria T21 tem uma tecnologia inédita: projetor de Jogos Sérios (JS).
2. Termômetro inteligente
Smart Infrared - O Termômetro Infravermelho Inteligente” tem o objetivo de ser uma solução para a pré-triagem, de baixo custo, denominado Covid-Fast-Check (CFC), checagem rápida, baseado na tecnologia da Internet das Coisas, a Internet of Things (IoT), no cuidado da sáude.
Uma das funções era perceber os sintomas respiratórios, verificação da temperatura corporal, batimentos cardíacos e oxigenação sanguínea utilizando quantidade mínima de toques na superfície do robô. O estudo de caso foi aplicado ao Hospital e Maternidade São José, em Colatina. Foram pré-triados 1292 pacientes.
3. Tratamento de melasma com café
As pesquisas coordenadas pelo doutor Marcio Fronza, professor da UVV, utilizam células-tronco de café (Coffea canephora) para a obtenção de ativos que são usados para serem utilizados no tratamento de manchas, como melasma, na prevenção do envelhecimento e antirrugas da pele.
“A pesquisa foi feita ao longo de 5 anos até a obtenção do extrato de células-tronco de café. Nossa proposta foi obter um produto inovador para uso tópico com propriedades benéficas à nossa pele”.
4. Assistente Médico Portátil Integrado
Pesquisadores do Laboratório de Robótica e Tecnologia Assistiva da Ufes (LRTA/Ufes) desenvolveram um sistema para inferir a possibilidade de uma pessoa ter covid-19 com base em sinais biomédicos, gravação da voz e análises da tosse. Trata-se do Assistente Médico Portátil Integrado (AMPI), sistema que utiliza inteligência artificial para complementar o diagnóstico da síndrome respiratória de forma mais rápida, fácil e segura, necessitando apenas de energia elétrica.
A atualização do programa ainda tem um aplicativo para organizar informações, gravação de voz e análise da tosse forçada por meio da verificação dos padrões de tosse a partir de frases foneticamente balanceadas.
5. Viana Vacinada e Curumim
Viana Vacinada e Curumim são alguns dos estudos de vacina contra covid-19 que foram realizadas no Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes da Universidade Federal do Espírito Santo (HUCAM-UFES), sob coordenação da professora Valéria Vali, com apoio do Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação (ICEPi).
Foram analisadas as resposta às vacinas contra a covid-19 em diferentes populações, que resultaram em estratégias de vacinação a serem adotadas pelo SUS.
Os resultados tiveram destaque nacional e internacional quanto ao estudo da meia dose com vacina Astrazeneca. E o projeto Curumim teve destaque nacional para a liberação da Coronavac em crianças e início da vacinação nos menores de 5 anos.
6. Aplicativo para soros antivenenos
Residentes do Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação (ICEPi) desenvolveram um aplicativo com o objetivo de facilitar o acesso da população às informações relacionadas à disponibilidade dos soros antivenenos no território capixaba, permitindo a identificação dos pontos de ofertas mais próximos da residência de quem demandar o serviço.
Na ferramenta é possível encontrar informações sobre os locais de acesso aos soros escorpiônico (escorpião), antibotrópico, antielapídico, anticrotálico, antilaquético (cobras) e antiaracnídico (aranhas e escorpião).
7. Actigraft
A Terapia Biológica de Regeneração Tecidual, conhecida também como Actigraft, é o alvo de pesquisa do Hospital Estadual de Urgência e Emergência ‘São Lucas’, em Vitória, coodernada pelo cirurgião vascular Eliud Garcia.
A pesquisa usa terapias biológicas utilizando enxerto de sangue periférico autolólogo, criado a partir do sangue total do seu paciente. Uma vez aplicado, o coágulo de sangue serve como cobertura protetora e otimiza o potencial de cura do próprio corpo.
8. Tuberculose
Pesquisadores do Ifes estão desenvolvendo um aplicativo com inteligência artificial para acompanhamento do tratamento para tuberculose. O professor Maxwell Monteiro explica que o paciente registra, por meio de foto, a tomada do remédio e, caso ele deixe de registrar, o dispositivo sinaliza o serviço de saúde. O paciente também pode registrar os efeitos adversos.
9. Terapia contra o câncer
Um grupo de pesquisadores do Núcleo de Genética Humana e Molecular (NGHM) da Ufes publicou artigo internacional de pesquisa sobre “Terapia direcionada contra o câncer: o futuro das combinações de drogas”. São abordados os tratamentos para vários tipos de câncer, dentre eles os de pulmão, mama, cabeça e pescoço, pâncreas, esôfago, ovário, gástrico e colorretal.
A professora Débora Dummer Meira explicou que o estudo descreve as bases moleculares do câncer e anticorpos monoclonais direcionados à família do Receptor do Fator de Crescimento Epidérmico (EGFR), assim como os agentes sensibilizantes capazes de reverter a resistência tumoral.
10. Eletrofloculação
O Laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento em Eletroquímica (LPDE) da Ufes, sob coordenação do professor Josimar Ribeiro e com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes) e a empresa Vale, desenvolveu um projeto para o tratamento de resíduo gerado nessa indústria pelo método de eletrofloculação.
O professor explica que durante o tratamento é gerado o hidrogênio verde, que é direcionado para a produção de energia elétrica limpa. “Esse projeto teve apenas a primeira etapa concluída.
A continuação teria foco no desenvolvimento e investigação dos melhores parâmetros para a utilização do hidrogênio gerado no processo de tratamento.
11. Drones que voam sozinhos
A criação de drones autônomos para fazer entregas de pacotes, controle de estoque em armazéns e veículos multiarticulados para a agricultura é o objetivo do projeto é desenvolvido no Laboratório de Automação Inteligente (LAI), coordenado pelo professor da Ufes Mario Sarcinelli Filho.
A pesquisa integra o Programa Institucional de Internacionalização da Ufes (PrInt) e tem parceria com universidades da Argentina e França.
“Para a entrega de pacotes, é necessário um veículo em terra e um drone, que entrega o pacote e retorna até o caminhão que está em movimento. A ideia é que o drone faça tudo, sem necessidade de piloto. Esse é o contexto em que estamos com maior foco no momento”, afirma.
12. Software Zap
Buscando ser uma alternativa para reduzir a solidão vivenciada pelos idosos, um grupo de pesquisadores da UCL, coordenado pelo professor João Paulo Chamon, criou o sistema ZAP para chamadas de vídeo com voluntários para conversar. “O ZAP é uma ferramenta simples e funcional para idosos. Serve como uma rede de apoio”, diz o professor.
13. Ora-pro-nóbis
Uso de ora-pro-nóbis como estratégia nutricional em tempos de insegurança alimentar foi o tema de estudo de um grupo de universitárias da Unisales. Orientadas pela professora Kelly Amichi, as alunas Ludmilla Muglia, Amanda Munoz, Anna Clara Kefnner, Anna Giulya Chagas e Marcella Fraga ofereceram oficina de culinária com a planta.
“Devido ao aumento da insegurança alimentar no Brasil, pensamos em uma forma simples de como as pessoas poderiam aumentar o valor nutricional de suas refeições, que é insuficiente em quantidade e qualidade”, disse Ludmilla.
14. Tijolo de jeans
Com o objetivo de dar uma destinação sustentável ao retalhos das indústrias têxteis, os pesquisadores Luciana Schaeffer, Kamila Drago Bona e Endrik Nardotto Rios, da Unesc, substituíram a brita na formação do concreto por pedaços de retalhos de jeans. Os tijolos foram moldados e estão passando por testes.
15. Pra viver a cidade
O projeto de extensão da Faesa, coordenado pelos professores Viviane Lima Pimentel e Marcelo Seidel Fiorotti, mapeou os problemas da Av. Jerônimo Monteiro, no centro de Vitória, com o objetivo de fundamentar políticas de requalificação do local. Foram avaliadas as condições de acessibilidade das calçadas; os níveis de vitalidade das fachadas; e a conservação das edificações lindeiras (lote ou edificação que se localiza às margens da via pública).
16. Exoesqueleto
O equipamento que está sendo desenvolvido por pesquisadores da Ufes tem como objetivo ajudar a reabilitar o movimento de pessoas com sequelas de AVC. São realizados movimentos usando sinais biológicos (dos músculos e do cérebro) para ajudar no processo, segundo o coordenador Rafhael Andrade.
17. Gamificação e saúde
A proposta do projeto de extensão da Estácio é proporcionar aos adolescentes um espaço de compreensão, identificação e apoio sobre comportamentos e sintomas de ansiedade ou depressão por meio de gamificação em ambiente virtual imersivo (metaverso).
A iniciativa busca ampliar o acesso a adolescentes que apresentem sintomas de depressão ou ansiedade, com a intenção de realizar mapeamento e intervenção multiprofissional.
18. Gel de casca de romã
Estudantes do Departamento de Farmácia e Nutrição do Centro de Ciências Naturais e da Saúde (CCENS) da Ufes desenvolvem um gel de carbômero contendo extrato hidroetanólico de cascas de romã para o tratamento de feridas.
A mestranda Thaís Martins foi premiada pelo trabalho durante o BiotecFarma promovido pela Universidade Estadual Paulista (Unesp). Ela explica que o gel é capaz de inibir o crescimento de micro-organismos causadores de infecções na pele.
19. Telemedicina em Vitória
Pesquisadores da Multivix estão fazendo uma análise dos impactos da implantação da teleconsulta na qualidade da assistência do serviço do SUS no município de Vitória. O objetivo da pesquisa é analisar o banco de dados do serviço de teleconsulta integrado ao Sistema de Gestão Municipal Rede Bem-Estar (SGM-RBE) e observar, entre outros critérios, a qualidade do cuidado ofertado pela teleconsulta, incluindo a precisão do diagnóstico e a necessidade de consultas presenciais, por exemplo.
20. Software para análise de marcha
O projeto coordenado pela professora Mariana Rampinelli utilizar um sistema com câmeras e um software para fazer análise de marcha de pessoas com membro inferior amputado. A pesquisa foi desenvolvida em parceria com o Centro de Reabilitação Física do Espírito Santo (Crefes). A professora explicou que a ideia é gerar dados para fazer a análise de inclinação do corpo, pisada, etc, com registro em vídeo que são projetados em 3D e ajudam os profissionais acompanharem o resultado e a evolução.
Fonte: Instituições consultadas.
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