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Saúde

Vacina contra dengue deve chegar ao SUS em fevereiro

Espírito Santo tem 188 mil notificações da doença. Já o Brasil é o país com o maior número de casos, segundo a OMS


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Imagem ilustrativa da imagem Vacina contra dengue deve chegar ao SUS em fevereiro
Aedes aegypti: número de casos de dengue aumentou em 2023 |  Foto: Canva

O ano de 2023 ainda não encerrou, mas o Estado já supera mais de 188 mil casos de dengue, segundo dados do Boletim da Dengue da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).

O número representa um aumento de 984%, comparado com o mesmo período de 2022, quando foram notificados 19.194 casos.

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O Brasil, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é o país com mais casos da doença no mundo. Para evitar quadros graves e internações, a partir de fevereiro, a vacina deve estar disponível nos postos de saúde do País.

O imunizante, que até o momento é oferecido na rede particular, foi incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS) na última quinta-feira (21) pelo Ministério da Saúde, e a previsão é que em fevereiro cheguem as primeiras 460 mil doses.

A vacina, conhecida como Qdenga, não será utilizada em larga escala em um primeiro momento, já que o laboratório fabricante, Takeda, afirmou que tem uma capacidade restrita de fornecimento de doses. Estão previstas 5.082 milhões de doses em 2024.

“Essa vacina foi aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) no começo deste ano, apesar de ser uma vacina estudada há mais tempo. É uma vacina em que o vírus vivo é atenuado, utiliza a estrutura do tipo 2 da dengue e a partir daí protege contra os outros tipos de vírus da doença”, explica a infectologista e presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações - Regional Espírito Santo, Ana Paula Burian.

Em circulação no Estado, o sorotipo 2, segundo a médica de Família e Comunidade, mestre e doutoranda em doenças infecciosas pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Taynah Repsold, provoca a doença na forma mais grave.

“A presença de múltiplos sorotipos contribui para a complexidade da prevenção e controle da dengue. É uma doença que, infelizmente, não temos um tratamento específico. A gente trata os sintomas”.

O infectologista Manoel Rodrigues, da Rede Meridional, afirma que é preciso lançar mão de todas as alternativas possíveis para enfrentar a doença. “A dengue é muito prevalente no nosso País, e em 2022 levou a mais de mil mortes”.

Sintomas piores que os da covid

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Peterson e Jordana |  Foto: Heytor Gonçalves/AT

No começo do ano, ainda em janeiro, o representante de vendas Peterson Pimentel, 47, e a sua esposa, a comerciante Jordana Tedesco, 42, que moram em Vitória, tiveram dengue.

Segundo Peterson, os sintomas da dengue foram piores que os da covid. “Tive dores intensas no corpo inteiro, até nos ossos, muita dor de cabeça, tremor, perda de apetite e perdi também, aproximadamente, nove quilos”, conta o representante.

Já a sua esposa, além dos sintomas similares aos do marido, teve ainda inchaço nas mãos e cotovelos. “Anos atrás, tivemos a doença, mas não tão severa como agora. Foram, aproximadamente, 10 dias para nos recuperarmos”.

Ele afirma ser “excelente” a chegada de uma vacina contra a doença no Sistema Único de Saúde (SUS).

Fique por dentro

Vacina da dengue

A vacina contra dengue quadrivalente atenuada Qdenga, fabricada pelo laboratório Takeda, foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no começo deste ano e protege contra os quatros sorotipos da doença.

O imunizante foi licenciado para uso em pessoas entre 4 e 60 anos, incluindo quem não teve a doença, em esquema de duas doses, com intervalos de três meses.

Os estudos clínicos demonstraram eficácia de 63% contra a doença sintomática de qualquer gravidade e 85% contra a internação, em um período de 54 meses (quatro anos e meio) após a administração da 2ª dose. Antes do Brasil, a vacina já havia sido licenciada na União Europeia.

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Opinião |  Foto: Reprodução jornal A Tribuna

SUS

O Ministério da Saúde incorporou, na última quinta-feira, a vacina contra dengue no Sistema Único de Saúde (SUS). O Brasil é o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante no sistema público universal.

A vacina não será utilizada em larga escala em um primeiro momento, já que o laboratório fabricante, Takeda, afirmou que tem uma capacidade restrita de fornecimento de doses. Por isso, a vacinação será focada em públicos e regiões prioritárias.

Em janeiro, será feita a definição dos públicos-alvo levando em consideração o número de vacinas disponíveis.

Chegada

A previsão é que sejam entregues 5.082 milhões de doses em 2024, entre fevereiro e novembro. O esquema vacinal é composto por duas doses. Em fevereiro, devem chegar as primeiras 460 mil doses.

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Opinião |  Foto: Reprodução jornal A Tribuna

Contraindicações

A vacina é contraindicada para imunodeprimidos, gestantes e mulheres durante o período de amamentação.

Fontes: Ministério da Saúde E Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

Ministério define em janeiro quem terá direito

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Ana Paula Burian: análises |  Foto: Divulgação

Nas primeiras semanas de janeiro, o Ministério da Saúde deve definir o público-alvo prioritário e regiões com maior incidência da doença para aplicação das doses da vacina Qdenga, do laboratório fabricante Takeda.

“Até o início do ano, faremos a definição dos públicos-alvo levando em consideração a limitação da empresa Takeda do número de vacinas disponíveis. Faremos priorizações”, explicou a ministra da Saúde, Nísia Trindade, na última quinta-feira.

A presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações - Regional Espírito Santo, Ana Paula Burian, explica que o laboratório produtor não conseguiria produzir, para todos os brasileiros, duas doses para pessoas entre 4 e 60 anos.

“A partir do que eles conseguem fornecer de demanda, o Ministério da Saúde vai decidir quais serão os públicos e idades, igual foi feito para a vacina de HPV. Serão analisados, por exemplo, quem é o público que mais interna e tem a forma grave da doença”.

Ana Paula destaca que o imunizante foi licenciado para uso em pessoas entre 4 e 60 anos, incluindo quem não teve a doença, em esquema de duas doses, com intervalos de três meses.

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