SUS recruta pacientes para estudo de câncer de próstata
Objetivo é incentivar um tratamento seguro e menos invasivo em quem tem câncer de baixo risco. Iniciativa no Estado ocorre no Hucam
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O Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes (Hucam – Hospital das Clínicas) está recrutando voluntários para um estudo, gratuito, menos invasivo, no Sistema Único de Saúde (SUS), em pacientes com câncer de próstata de baixo risco.
A pesquisa é uma iniciativa do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS), do Ministério da Saúde, conduzido pelo Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre (RS), e conta com diversos centros de saúde participantes, entre eles o Hucam.
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O oncologista clínico Vitor Fiorin, investigador principal do VigiaSus no Hucam, explica que o estudo planeja analisar se a vigilância ativa é possível de ser feita no SUS.
“Com a vigilância, evitamos cirurgias desnecessárias. Não somos contra a cirurgia é que existem pacientes que nunca vão precisar ser operados e há outros que poderão ser operados mais adiante. E sabemos que a cirurgia pode causar impotência, incontinência. Só fazemos cirurgia em que realmente vai se beneficiar”.
Urologista e coordenador do Serviço de Urologia do Hucam, Cláudio Borges destaca que o câncer de próstata é uma doença altamente prevalente nos homens, sendo o rastreio feito por meio do exame PSA e toque.
“Com essa estratégia acabamos detectando muitos cânceres numa classificação inicial. Sabemos que os pacientes que são diagnosticados nessa fase muito precoce, com câncer de baixo risco, podem fazer a opção de fazer uma vigilância ativa do tumor, antes de iniciar um tratamento ativo”.
O urologista Ricardo Zordan, do serviço de urologia do Hospital Moinhos de Vento, explica que atualmente, no mundo, o tratamento para o câncer de próstata de baixo risco é a vigilância ativa.
“Não retira-se a próstata e nem queima-se, observa-se, através de exames complementares, biópsias e ressonâncias, o comportamento da doença. Se ela cresce, aí o paciente é tratado com radioterapia ou com cirurgia”, explica.
Participantes
Segundo Ricardo, que também é pesquisador do projeto VigiaSUS, podem participar do estudo apenas pacientes entre 18 e 78 anos, com diagnóstico de adenocarcinoma de próstata realizado nos últimos 12 meses, com toque retal com doença localizada, exame de PSA menor que 10 nanograma por mililitro (ng/ml) e biópsia prostática com Escore de Gleason menor ou igual a 6.
“A pesquisa é importante para evitar tratamentos desnecessários em pacientes cuja a doença não irá evoluir, além de garantir um tempo de qualidade de vida, sem os efeitos colaterais do tratamento radical”, destacou.
SAIBA MAIS
> Como é o estudo
O intuito do estudo é reduzir as intervenções desnecessárias em pacientes com câncer de próstata, bem como minimizar eventos adversos e sequelas dos tratamentos, mundialmente utilizada estratégia de vigilância ativa, pouco utilizada no Brasil.
> Quem pode participar
Conduzido pelo Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre (RS), o projeto VigiaSUS está recrutando cerca de 200 participantes em todo o Brasil, entre 18 e 78 anos, com diagnóstico de adenocarcinoma de próstata realizado nos últimos 12 meses, com toque retal com doença localizada, exame de PSA menor que 10 ng/ml e biópsia prostática com Escore de Gleason menor ou igual a 6.
> Acompanhamento
Nesse acompanhamento, os pacientes são avaliados por exame clínico, PSA, ressonância multiparamétrica de próstata e biópsia prostática, podendo-se evitar ou postergar tratamentos radicais em pacientes com câncer menos agressivo.
> Contato
Por mensagem, pelo telefone: (27) 99283-0676.
No Estado, o centro de saúde participante é o Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes (Hucam).
> Alerta
O câncer de próstata é o tipo de câncer mais frequente entre homens no Brasil, depois do câncer de pele não melanoma.
Fonte: Hospital Moinhos de Vento e pesquisadores consultados na reportagem.
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