Surto no Santa Rita: número de casos suspeitos sobe para 69 e inclui pacientes
Informe foi atualizado pela Secretaria de Saúde do Espírito Santo
A Secretaria de Saúde do Estado (Sesa) divulgou nesta terça-feira (28) um novo informe sobre os casos de infecção ocorridos no Hospital Santa Rita, em Vitória. O número de casos suspeitos subiu de 34 para 69 e agora pacientes também estão sendo investigados. Entre os 69 suspeitos totais, 46 são colaboradores, nove acompanhantes, oito pacientes e outros seis não há informação.
O início de sintomas em funcionários do Hospital Santa Rita começou por volta do dia 13 deste mês. No início as pessoas identificaram como uma virose, mas em torno do quarto dia de doença começaram a evoluir com tosse e algumas com dor torácica. Após exames de tomografia, os casos foram comparados e a equipe do hospital entendeu que se tratava de algo diferente.
Testes que podem identificar aproximadamente 300 patógenos (como vírus, fungos e bactérias) estão sendo realizados no Laboratório Central (Lacen) da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) e na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), para identificar a causa do surto infeccioso que atinge o hospital.
O número de casos suspeitos mais que dobrou em relação ao informe anterior, divulgado na segunda-feira (27). Anteriormente nenhum paciente estava entre os casos investigados, agora este número subiu para oito. Nove acompanhantes também estão com sintomas suspeitos.
Entre os contaminados, 21 estão internados, sendo 16 na enfermaria e cinco na UTI. Entre os internados, 10 são colaboradores do Santa Rita, oito são pacientes e três são acompanhantes.
MEDIDAS DE CONTROLE
O Hospital adotou medidas de investigação e controle após os casos. Entre eles estão a coleta e análise de amostras e o monitoramento contínuo dos pacientes internados, em conjunto com todos os municípios.
O secretário de Estado da Saúde, Tyago Hoffmann, e a coordenadora da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar no Hospital Santa Rita de Cássia, a infectologista Carolina Salume, deram uma entrevista coletiva sobre os casos.
“Esses testes estão sendo realizados na Fiocruz e também aqui no nosso laboratório central. Inclusive, nós estamos usando um teste extremamente moderno, que identifica DNA e RNA desses patógenos. Esses testes vão rodar até o fim dessa semana”, afirmou o secretário.
Tyago Hoffmann informou que grande parte dos vírus que poderiam causar os sintomas dos pacientes já foi descartada. Entre eles: influenza A, influenza B e covid. “Nós estamos expandindo os testes para outros tipos de vírus e também para bactérias e fungos”.
Segundo ele, foram recolhidas amostras de água, dos aparelhos de ar-condicionado e amostras de superfícies, além de sangue, urina e exames pulmonares dos funcionários infectados.
As equipes não acreditam que seja um novo agente infeccioso. “Acreditamos que seja um agente conhecido que ainda não conseguimos determinar. Seguimos coletando amostras clínicas, do maior número possível de pacientes, para ter mais chances de isolar esse patógeno”, afirmou Carolina Salume.
Segundo ela, a pesquisa para a bactéria Legionella deu resultados negativos. Desde a identificação dos casos da doença, foi adotado o uso de máscaras como precaução respiratória no setor onde começou o aumento do número de casos.
“Na sequência, adotamos a precaução respiratória com máscara para os setores ao redor desse epicentro, assim como o centro cirúrgico e outros setores próximos. No restante do hospital, entendemos que não houve contaminação nos outros setores e nem evidência de transmissão pessoa a pessoa, não há essa recomendação”.
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