Sinais e riscos da doença que afeta a superbabá
Conhecida como “Supernanny”, Jo Frost revelou ter sido diagnosticada com anafilaxia, uma reação alérgica grave que pode levar à morte
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Conhecida mundialmente como a “Supernanny”, por ajudar famílias com técnicas de criação de filhos, na série exibida entre 2005 e 2011, Jo Frost revelou, em suas redes sociais, que foi diagnosticada com anafilaxia, uma reação alérgica grave e potencialmente fatal.
“Sobrevivi a mais choques anafiláticos do que estou preparada para detalhar. Tenho anafilaxia (reação alérgica grave - no caso dela, a certos alimentos), uma condição ameaçadora da vida, que compromete o meu corpo tão horrivelmente a ponto de precisar de hospitalização”, contou.
Segundo especialistas, a anafilaxia é uma resposta exagerada do sistema imunológico após contato com um alérgeno (substância que causa a alergia), e pode ocorrer em questão de minutos.

Alimentos, medicamentos, picadas de insetos e até proteínas do látex estão entre os principais gatilhos. “A anafilaxia é uma reação alérgica aguda e grave, que pode levar à morte se não tratada imediatamente com adrenalina”, explicou a alergista e imunologista Milena Piana.
Ter alergia não significa necessariamente desenvolver anafilaxia. A reação grave, segundo a alergista Larissa Perim, costuma acontecer após múltiplas exposições ao alérgeno. Isso ocorre porque o corpo precisa, inicialmente, desenvolver uma sensibilidade à substância, produzindo anticorpos do tipo IgE, que “armam” o sistema imunológico para reagir com força em futuros contatos.
Crianças também podem desenvolver anafilaxia, especialmente durante a introdução alimentar.
“É raro que uma anafilaxia aconteça logo no primeiro contato com a substância. Normalmente, o quadro grave surge a partir da terceira ou quarta exposição. Antes disso, o organismo pode dar sinais mais leves, como urticária, coceira ou irritações”, afirma a médica Bruna Guaitolini, alergista, imunologista pediátrica e professora do Unesc.
A reação anafilática afeta diversos sistemas do corpo. Os sinais podem incluir manchas vermelhas na pele, inchaço nos olhos, boca ou orelhas, falta de ar, entre outros sintomas. Nos casos mais graves, há perda de consciência e risco de morte.
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Saiba mais
Nem toda alergia leva à anafilaxia
Ter alergia não significa, necessariamente, ter risco de anafilaxia. Essa reação mais grave costuma surgir após algumas exposições ao alérgeno (o que causa alergia).
Alergia
É uma doença adquirida, de origem multifatorial, que não nasce com a pessoa, mas possui fatores genéticos que podem predispor o seu desenvolvimento.
Um pai alérgico aumenta em até 50% a chance do filho ser alérgico. Dois pais alérgicos aumentam em até 80% essa chance.
Pode surgir em qualquer fase da vida
A alergia, sendo uma doença multifatorial, vai depender de fatores genéticos associados ao estilo de vida, condições do sistema imune do indivíduo, presença de outras doenças imunológicas, a forma de exposição ao agente alergênico, entre outros fatores.
A reação alérgica pode surgir ao longo da vida, mesmo que nunca tenha sido manifestada antes. E, consequentemente, a anafilaxia também.
Raramente ocorre na primeira exposição
Em geral, a anafilaxia não acontece logo no primeiro contato com o alérgeno. O organismo precisa de exposições anteriores para desenvolver anticorpos específicos (IgE), que “armam” o sistema imunológico.
Por isso, a reação grave costuma surgir a partir da terceira ou quarta exposição à substância.
Antes disso, é comum que o corpo apresente sinais mais leves, como coceiras ou manchas na pele.
Principais alérgenos que causam anafilaxia
Os alérgenos mais comuns responsáveis por anafilaxia são alimentos como leite, ovo, trigo, amendoim, castanhas e frutos do mar.
Além disso, medicamentos como antibióticos e anti-inflamatórios, picadas de insetos himenópteros (abelhas, vespas e formigas) e até látex, presente em luvas e balões.
Sintomas
Os principais são urticária, coceira e inchaços (angioedema), associado a um ou mais dos seguintes sistemas:
Respiratório: falta de ar, chiado, tosse e congestão nasal.
Gastrointestinal: dor abdominal, vômito e diarreia.
Cardiovascular: tontura, desmaio e hipotensão.
Neurológico: confusão e perda de consciência.
Risco de recorrência
Quem já teve um episódio de anafilaxia tem cerca de 60% de chance de vivenciar outro.
Tratamento
Quem já teve um episódio de anafilaxia precisa de acompanhamento médico constante e cuidados para a vida toda.
O tratamento da crise aguda é feito com adrenalina intramuscular, que deve ser aplicada o mais rápido possível.
Após o diagnóstico, o paciente deve receber um plano de ação individualizado, com orientações sobre como agir em novas exposições ao alérgeno.
O acompanhamento com alergista é fundamental para prevenir novas crises e garantir segurança no dia a dia.
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