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Saúde

Secretaria de Saúde do ES alerta para o risco do uso de cigarros eletrônicos

Pasta destaca que os dispositivos, também conhecido como vapes, podem ser a porta de entrada para o início do uso de outras formas de tabaco


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A Secretaria de Estado de Saúde do Espírito Santo (Sesa) publicou, nesta segunda-feira (29), um alerta para os riscos do uso de Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEF’s), mais conhecidos como cigarros eletrônicos ou vapes.

Na publicação a pasta destaca que, no Brasil, a fabricação, importação, comercialização, distribuição, armazenamento e transporte e a propaganda de todos os Dispositivos Eletrônicos para Fumar é proibida. Além disso, é proibido também o uso de quaisquer dispositivos eletrônicos para fumar em ambiente coletivo fechado — com base em uma atualização feita este ano pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A Sesa também alerta que os cigarros eletrônicos são derivados do tabaco — e, por isso, estão relacionados ao tabagismo, doença crônica causada pela dependência à nicotina presente nos produtos à base de tabaco. Para especialistas, estes dispositivos podem ser a porta de entrada para o uso de outras formas de tabaco e levar à dependência.

“Esses dispositivos têm um grau de nicotina e pode sim levar a outras formas de tabagismo, podendo manter a dependência, somado ao atrativo do aroma, que ajuda a manter o hábito”, afirma a pneumologista do Centro Regional de Especialidades (CRE) Metropolitano, Kristiane Rocha Moreira Soneghet.

Ainda segundo a médica, é importante que haja a conscientização acerca dos malefícios dos cigarros eletrônicos. De acordo com ela, devido ao atrativo dos sabores e odores, diferentes do cigarro comum, grande parte do público — em especial o de jovens — não consideram o seu caráter prejudicial à saúde.

“Essa ideia que muitos acreditam dificulta a conscientização dos malefícios, ficando os usuários mais resistentes a pararem com o hábito de fumar o cigarro eletrônico. Mas é importante saber que a maioria das essências usa nicotina em sua composição. E mesmo os sem nicotina têm fatores nocivos, como o vapor que não é somente água, e essas substâncias são irritantes em contato direto com um órgão, no caso a via aérea e/ou pulmão, que pode ser desde uma irritação da via aérea com manifestações de tosse e bronquite, até casos graves de inflamação aguda, levando à insuficiência respiratória, como o EVALI”, explica Kristiane Rocha Moreira Soneghet.

Riscos para a saúde

A EVALI, Lesão Pulmonar Associada ao Uso de Cigarro Eletrônico, é um problema respiratório grave associado ao uso de cigarros eletrônicos ou vaporizadores que, em alguns casos, pode levar à insuficiência respiratória.

Além da EVALI, de acordo com a secretaria, outras condições estão ligadas diretamente à exposição à fumaça do cigarro e vão desde a irritação na mucosa nasal, levando a quadros de rinite, tosse, até a descompensação de doenças já existentes, como por exemplo a asma e a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC).

“Há ainda os perigos ligados às doenças cardiovasculares, doenças coronarianas que podem levar ao infarto do miocárdio e as doenças circulatórias periféricas, como a trombose. E sem esquece do câncer, que tanto em cigarro convencional, quanto nos cigarros eletrônicos, têm em suas composições substâncias com potencial cancerígeno”, diz Kristiane Rocha Moreira Soneghet.

Denúncias

Os cigarros eletrônicos são proibidos no Brasil pela Anvisa desde 2009. No País, é proibido a fabricação, importação, comercialização, distribuição, armazenamento e transporte, além da propaganda de todos os Dispositivos Eletrônicos para Fumar e a proibição do uso de quaisquer dispositivo em ambiente coletivo fechado.

No Espírito Santo, a fiscalização destes materiais é realizada pela Vigilância Sanitária Estadual (VISA), da Secretaria da Saúde (Sesa), juntamente com o Instituto Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon), Delegacia do Consumidor, Ministério Público Estadual (MPES). Além disso, a secretaria explica que os órgãos realizam ações educativas para o cidadão, especialmente o público jovem, faixa etária na qual se concentra o maior número de usuários.

Denúncias podem ser feitas pelos canais da Ouvidoria SUS, pelo e-mail [email protected]; pelos telefones (27) 3347-5732 ou 3347-5733, de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h. Também é possível denunciar presencialmente na sede da Secretaria da Saúde, na Enseada do Suá, em Vitória, de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h.

Além desses canais, o cidadão também pode realizar uma manifestação pelo Sistema E-OUV, da Ouvidoria Geral do Estado, por meio do link https://e-ouv.es.gov.br/.

Tratamento gratuito

No Espírito Santo, o Programa Estadual de Controle de Tabagismo, da Secretaria da Saúde, capacia municípios para a implantação do programa e apoio na realização de campanhas educativas e ações de abordagem, visando o controle do tabagismo.

Pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o tratamento ao fumante é ofertado em 63 municípios por meio de equipes multidisciplinares. O acompanhamento é realizado com abordagem cognitiva-comportamental. "O usuário passa por uma avaliação clínica que verifica o seu grau de dependência e, posteriormente, a sua inserção em um grupo de apoio. A indicação de medicamento é feita aos usuários conforme avaliação clínica. São ofertados pelo SUS os repositores de nicotina (adesivos e gomas de mascar) e antidepressivo", explica a secretaria.

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