Remédio contra covid-19 nas farmácias por mais de R$ 4 mil
Medicamento é indicado para adultos que apresentam risco de progressão para covid grave. Compra exige receita médica
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O Paxlovid, antiviral para tratamento da covid-19 fabricado pela Pfizer, já começou a ser comercializado em redes de farmácias brasileiras com o preço máximo de R$ 4.856,73. Esse valor pode variar a depender do ponto de venda que o paciente busca o medicamento.
Em nota, a Pfizer informou que cerca de 32% do valor do Paxlovid é de impostos. Além disso, a empresa comentou que o preço de fábrica é de R$ 3.615.
Questionada a respeito da quantidade de exemplares disponibilizados no País, a farmacêutica limitou-se a dizer que contava com capacidade de produção para o Brasil e que iria disponibilizar o remédio com base na demanda nacional.
O antiviral recebeu autorização de venda em farmácias brasileiras em novembro pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Naquele momento, a Pfizer não tinha uma estimativa de quanto o remédio custaria no País.
Em fevereiro, porém, indicavam que cada tratamento do remédio custou ao governo americano cerca de US$ 530 (aproximadamente R$ 2.800).
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Vendido somente com prescrição médica, o uso do Paxlovid é feito por via oral e é indicado para adultos que não se encontram sob uso de oxigenação, mas que correm o risco de evoluir para quadros graves de covid-19.
O comprimido é composto de dois antivirais: nirmatrelvir e ritonavir. O remédio age na redução da atividade da enzima 3LC, associada à replicação viral do Sars-CoV-2. O resultado é o controle da replicação do vírus nas células humanas.
Pesquisas já concluíram a eficácia do remédio. Segundo a Pfizer, um dos estudos observou que o fármaco, administrado até cinco dias após o início dos sintomas, reduz em até 89% as chances de hospitalização ou morte em pacientes com formas leves ou moderadas de covid que tenham ao menos um fator de risco de evolução para quadros graves.
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Pesquisa coloca em dúvida eficácia do medicamento
Por outro lado, um levantamento pôs em xeque a eficácia do remédio para o atual cenário da pandemia com larga disseminação de subvariantes da ômicron. Segundo a pesquisa, publicada na revista BMJ Evidence-Based Medicine, foi feita uma revisão de literatura de artigos já publicados.
Os autores concluíram que a droga tinha eficácia em evitar uma hospitalização a cada 18 casos diante um cenário de circulação da delta, considerada uma variante agressiva. A ômicron e suas subvariantes, com uma capacidade mais baixa de causar quadros graves, também fez parte da análise.
A expectativa era que o Paxlovid diminuísse ainda mais as internações, só que isso não foi visto. Na realidade, o antiviral evitou uma hospitalização a cada 42 casos.
Antes do mercado privado, o Paxlovid já havia sido disponibilizado no Sistema Único de Saúde desde março do ano passado. Mas os serviços públicos de saúde demoraram para receber os primeiros tratamentos: foi só em setembro que o primeiro lote com 50 mil unidades chegou ao País.
A Pfizer esclarece que outro lote com a mesma quantidade deve chegar até o final de janeiro. A reportagem entrou em contato com o Ministério da Saúde a fim de entender como se encontra o estoque do Paxlovid no País. A pasta, no entanto, não respondeu aos pedidos.
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