Novembrinho azul: alerta para prevenção da saúde dos meninos
Campanha prevê ações educativas para reforçar os cuidados preventivos com doenças relacionadas à saúde sexual e reprodutiva de meninos de até 15 anos
Escute essa reportagem
Para fortalecer as medidas de prevenção a doenças relacionadas à saúde sexual e reprodutiva de meninos de até 15 anos, uma nova lei (14.694/2023), aprovada pelo Congresso Nacional em setembro e sancionada pela Presidência da República na última quarta-feira, já está em vigor.
Trata-se da campanha Novembrinho Azul, que prevê, anualmente, sempre em novembro, ações educativas para reforçar os cuidados preventivos nesta faixa etária.
Entre as medidas, a vacinação contra o papilomavírus humano (HPV), o autoexame de testículos e as consultas de rotina. O objetivo é diminuir o agravamento de doenças na vida adulta, com a detecção precoce e o tratamento de problemas congênitos.
A procura pelos serviços de saúde por parte dos adolescentes do sexo masculino é menor que os atendimentos prestados às meninas. A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta que, entre estudantes do 9º ano do ensino fundamental, 88,3% das meninas foram atendidas em unidades básicas de saúde. Já entre os meninos, foram 85,2%.
O urologista da Rede Meridional Fernando Chagas indica que a explicação pode ser cultural. “As mães vão frequentemente ao ginecologista e conduzem suas filhas. Além disso, as meninas têm um amadurecimento mais precoce e, por questões sociais, existem mais serviços públicos voltados para a saúde das mulheres”, avaliou.
O médico alerta que muitas sequelas poderiam ser evitadas se fossem abordadas precocemente, como más formações dos testículos, tumores e varicocele (dilatação anormal das veias dos testículos).
O urologista Camilo Milanez concorda que a ida ao ginecologista junto das mães estimula um cuidado maior por parte das meninas, mas a atenção à saúde masculina precisa ser incentivada.
“A campanha vem muito a calhar. Nós, urologistas, trabalhamos há muito tempo no intuito de ensinar os homens a discutir a educação sexual com seus filhos. Muitos adolescentes já sabem de coisas que aprenderam sozinhos, e acabam aprendendo errado, muitas vezes”, disse.
Comentários