Médicos explicam riscos da paternidade tardia
Especialistas apontam que, a partir dos 45 anos, há riscos de os bebês terem doenças genéticas e nascerem prematuros
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Aos 83 anos, Al Pacino, ator norte-americano, será pai pela quarta vez. A namorada do artista, Noor Alfallah, de 29 anos, teve a gravidez de oito meses divulgada recentemente. Além dele, seu colega de elenco Robert De Niro também confirmou, em maio, que se tornou pai de seu sétimo filho, aos 79 anos.
Com esses dois astros de Hollywood anunciando novos bebês já na melhor idade, surge a dúvida: a paternidade tardia pode oferecer riscos para a criança? Médicos explicaram sobre o assunto.
Segundo João Cunha Thomaz, urologista da Clínica Jules White, há estudos que mostram que a maior incidência de doenças como acondroplasia, síndrome de Apert, síndrome de Pfeiffer e síndrome de Crozon em bebês está relacionada a pais a partir dos 50 anos.
“Os problemas acontecem por maior deterioração no material genético presente nos espermatozoides. Desde a sua origem nas células genitoras testiculares, podem ocorrer falhas nas divisões celulares, as quais geram defeitos genéticos, que podem ser transmitidos de forma aleatória aos filhos”.
Outras pesquisas afirmam que esses riscos podem acontecer com pais a partir dos 45 anos, ressaltou o especialista. Ele também frisou que os riscos são relativos e que homens mais velhos não necessariamente terão filhos com doenças.
Já de acordo com Fernanda Damiani, geriatra de Medicina Preventiva da Samp/São Bernardo, os homens passam a ter uma diminuição na quantidade e na qualidade dos espermatozoides após os 35 anos. A cada ano, esses quesitos ficam ainda mais afetados.
A especialista citou uma investigação da Escola de Medicina da Universidade Stanford (EUA): filhos de homens após os 35 têm um risco alto de nascerem com baixo peso, terem convulsão ou precisarem de ventilação mecânica. Já bebês de pais com mais de 45 anos apresentam uma probabilidade 14% maior de serem prematuros.
Com esses riscos, Fernanda aconselha homens mais velhos a procurarem um especialista para avaliação médica quando desejarem ter filho. “Essa avaliação pode ser feita a cada ano, quando há o desejo de ter filho ou se alguns sintomas aparecem, como irritação excessiva e falta de libido”.
Menos espermatozoides a partir dos 35
Os riscos
Após os 35 anos de idade, os homens passam a ter uma diminuição na quantidade e na qualidade dos espermatozoides. A cada ano, esses quesitos são mais afetados.
Uma pesquisa da Escola de Medicina da Universidade Stanford (EUA) afirmou que filhos de homens após os 35 anos têm um risco alto de nascerem com baixo peso, além de terem convulsão ou precisarem de ventilação mecânica após o parto.
Os bebês de pais que têm mais de 45 anos apresentam uma probabilidade 14% maior de nascerem prematuros. Outros estudos demonstraram que a maior incidência de acondroplasia, síndrome de Apert, síndrome de Pfeiffer, síndrome de Crozon, entre outras doenças, em bebês está relacionada a pais que possuem a partir de 45 anos.
Pesquisas também afirmam que a paternidade tardia pode aumentar os riscos de um filho com autismo, transtorno bipolar e déficit de atenção.
A partir de 45 anos, homens também têm mais dificuldade de engravidar a parceira porque tendem a ter menor volume de líquido ejaculatório e maior alteração na qualidade espermática (concentração, movimentação e morfologia).
O que fazer
Quando um homem mais velho deseja ter filho, especialistas recomendam que ele procure acompanhamento médico. Segundo a geriatra Fernanda Damiani, quando os espermatozoides estão com um perfil ruim, é possível fazer terapias para melhorar a quantidade e a qualidade deles. Há a possibilidade ainda de congelamento de sêmen.
Fonte: Especialistas consultados.
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